DE OSLO À BRASÍLIA. DIFERENÇAS ABISSAIS.

São completamente errôneos os discursos ultrapassados das esquerdas brasileiras neobolcheviques quando imputam aos agentes econômicos (leia-se industriais, comerciantes e banqueiros) a baixa qualidade de vida de nosso povo, instigando uma ideológica "luta de classes" que tem como único propósito o de polarizar a nação em mocinhos (pobres) e vilões (ricos). A ação política não deve se basear em maniqueísmos que remontam à metade do século XIX e verdade inequívoca é que necessitamos um empresariado forte, moderno e que leve a marca dos produtos brasileiros ao mundo, já que vivemos em tempos de globalização e no atual momento são eles quem contribuíram e contribuem para o registro de certo progresso material na última década, principalmente das classes mais baixas, que foram beneficiadas com o aumento das oportunidades laborais e maior distribuição de capital, através dos salários. Porém avançamos menos do que o nosso potencial e o grau de satisfação social não acompanhou esse crescimento da renda. Não nos cabe fazer agora um inventário de nossas qualidades, pois sabemos deles de có e salteado, porém há de se reconhecer a seguinte premissa: quanto maior é o desenvolvimento industrial e financeiro de uma nação, quanto mais transparentes são as suas instituições políticas, menor será o grau de insatisfação do povo em relação aos seus governantes.

Todos os problemas que vivemos na atualidade são resultantes da falta de planejamento e do pensamento medíocre de enriquecimento fácil através da corrupção no serviço público e que contamina também setor privado, já que é mais lucrativo ser "amigo do rei e dele obter vantagens" que inovar.

Vejamos o exemplo da Noruega CAPITALISTA. Possui um Estado transparente, que aplica corretamente os impostos que arrecada, investindo-os em saúde, educação e obras de infra-estrutura. E olha que possui uma carga tributária de mais 42%! Esta política fiscal aparentemente expropriadora não cria propriamente um efeito inibidor da livre-iniciativa já que os empresariados noruegueses contam com mão-de-obra qualificada e eficientes sistemas de transporte, que facilitam a livre circulação de mercadorias e maximização dos lucros. Aqui, no "paraíso tupiniquim", há sérios problemas logísticos que também não nos cabe relatar porque são inúmeros.

Outro ponto a ser considerado é o argumento de homogeneização de uma suposta "exploração" das classes trabalhadoras. Tanto no passado como no presente. Não se deve dar crédito a isso. Hoje, um trabalhador de qualquer país democrático e que segue as convenções internacionais chanceladas pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) possui infinitamente mais vantagens que seus precedentes históricos. E os trabalhadores dos países ricos estão em posição de enorme vantagem em relação aos países pobres devido a mobilidade no mercado de trabalho. Quanto mais qualificados são, maiores serão os seus rendimentos, havendo assim uma cultura de estudo e profissionalização. Coisa que ainda caminha timidamente em países pobres ou em desenvolvimento como o Brasil.

A solução para a pobreza no mundo e no Brasil passa pela efetivação dos valores democráticos e de controle social das instituições políticas.

Voltando à Noruega, leia:

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3112581

Caio Ferro
Enviado por Caio Ferro em 23/03/2014
Reeditado em 23/03/2014
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