A queda de BERNAL.

A democracia é inerente ao poder do povo. Ou melhor, só existe democracia quando o povo, na sua maioria escolhe um candidato.

Na Wikipédia; a enciclopédia livre, a DEMOCRACIA é uma forma de governo em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente – diretamente ou através de representantes eleitos – na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis. Ela abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política.

A origem da palavra democracia vem da palavra grega ‘DEMOS’ que significa povo. Assim, a democracia nada mais é do que um conjunto de regra que visam proteger a liberdade humana; ou seja, é a institucionalização da liberdade.

Assim, em um país democrático, respeita-se a vontade da maioria. A democracia sujeita os governos ao Estado de Direito no sentido de que todos os cidadãos recebam proteção legal e que seus direitos fundamentais sejam protegidos pelo sistema Judiciário. É por isso que os cidadãos além de ter direito também possuem deveres. Esse equilíbrio de princípios se deve ao fato de que um direito não pode sobrepor a outro.

Entretanto são os homens que administram as instituições democráticas e entre estes existe o que chamamos de intolerância. Nas palavras do sábio Mahatma Gandhi, “A intolerância é em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento do verdadeiro espírito democrático”.

O que acabou de acontecer na Prefeitura de Campo Grande não foi democracia, mas, intolerância e politicagem. ‘A corda sempre rompe do lado mais fraco’. Esta aí um chavão popular muito contemporâneo em nossos dias.

Tudo começou quando o candidato da situação ‘levou um pau nas urnas’. O sistema eleitoral precisa de uma reforma urgente. O Bernal ganhou as eleições mas, tinha na Câmara ‘um osso duro de roer’ que eram os vereadores que estavam ‘mordidos’ com o resultado da eleição para Prefeito. Quem não se lembra da primeira ação da Câmara Municipal contra Bernal: CONGELAMENTO DO IPTU.

Jamais se viu na história dos Governos anteriores algum boicote a aumento de impostos. Ao contrário, tudo o que vinha do Poder Executivo era aprovado a ‘toque de caixa’ pelo Legislativo Municipal.

Faltou sim para o Bernal experiência política. Faltou para ele uma assessoria competente desde o início de sua administração. Quando ele mexeu com fornecedores, deu munição para a Câmara Municipal. O poder econômico é algo imperceptível, mas é aquele que tem o dedo no gatilho. Basta fazer circular no mercado político o poder e a barganha das cifras. Com ameaça de não receber pelos serviços prestados os empreiteiros e fornecedores se apegaram naquilo que lhes poderia render dividendos. Bastava se aproximar da parcela legislativa que estava magoada com as eleições para Prefeito.

O resultado esse aí. Bernal foi cassado e hoje existe pouca esperança de reversão desse quadro político, já que o Poder Judiciário, de acordo com o princípio da separação dos Poderes, não pode inferir no mérito das decisões políticas tomadas por outro Poder.

Agora o que fica absorvido nas entranhas desse processo de cassação são as artimanhas regimentais que permitem ao Legislativo corrigir erros do Poder Executivo. O curioso é que tais mecanismos só são utilizados contra aqueles que são inimigos políticos. Não se mexe nesses regulamentos quando o Prefeito é alguém correligionário. Ninguém fiscaliza. Todos se fazem que não enxergam e as coisas vão sendo feitas da forma que o administrador quer. E o povo onde fica? E o princípio democrático não é de ser respeitado?

Esse é o nosso Brasil, onde reinam aqueles que ‘dão tapinhas nas costas’ e quem quiser ser protegido tem de estar na ‘escolinha’ dos antigos ‘coronéis’, do contrário, estão fadados e serem expulsos como cão sarnento.

Pra mim o que aconteceu com o BERNAL foi uma ‘puta de uma sacanagem’. Quem não comunga com injustiças não pode aplaudir esse gesto político da Câmara Municipal. Os Vereadores, que são maioria no Legislativo Municipal, ‘abateram’ seu algoz sem direito de defesa.

Resta agora aos eleitores ficarem de olho nas eleições futuras, porque só as urnas podem dar uma resposta à altura, já que a expulsão de Bernal foi, também, um açoite à vontade popular.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 14/03/2014
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