Justos entre as nações

JUSTOS ENTRE AS NAÇÕES

“Quem salva uma vida é como se salvasse o mundo inteiro”

(Mishnah, Sanhedrin 4:5)

Estive há pouco tempo em Israel, onde visitei o Museu do Holocausto, ideali-zado pelo memorial Yad Vashem para relembrar os 6 milhões de judeus que tombaram vítimas do nazismo. A visita ao museu vale toda a viagem.

O museu está situado entre os verdes declives do Har Hazikaron (O Monte da Recordação) em Jerusalém. Ali há, entre lugares impressionantes, a avenida dos “Justos entre as nações” que tem mais de duas mil árvores plantadas em honra das pessoas não judias que arriscaram as suas vidas para salvar judeus dos nazistas. Nessa avenida consegui identificar diversos nomes, cujas placas debaixo das árvo-res atestam seus feitos.

Oskar Schindler († 1974)

Um empresário checo da Morávia que salvou 1200 pessoas judias (adultos, idosos e crianças) que trabalhavam em suas fábricas. Usou sua fortuna para su-bornar oficiais nazistas e assim livrar os judeus da deportação aos campos de ex-termínio. O Yad Vashen homenageou Schindler e sua esposa Emilie. Morreu aos 66 anos e está enterrado no cemitério católico de Jerusalém (Monte Sião). Ganhou notoriedade com o filme “A lista de Schindler” de Steven Spielberg (1993).

Irena Sendler († 2008)

Irena Sendlerowa (Sendler), conhecida como “o anjo do gueto de Varsóvia”, foi uma ativista dos direitos humanos durante a Segunda Guerra Mundial, tendo contribuido para salvar mais de 2.500 vidas ao levar alimentos, roupas e medicamentos às pessoas nas barricadas do gueto, com risco da própria vida. Presa em 1943 pela Gestapo, foi torturada e teve pés e pernas quebradas, para que revelasse o paradeiro das crianças que havia escondido (em conventos e casas de famílias católicas). Foi salva da pena de morte por um oficial nazista corrompido pelo Zegota (Resistência Polonesa). Irena trocou de identidade e continuou seu trabalho.

Nicolas Vinton (nascido em 1909 na Inglaterra)

Visitando Praga em 1938, Vinton conseguiu “comprar” mais de 600 crianças judias (por 50 libras, cada) e transferi-las para países livres. Em 1963 foi agraciado pela rainha da Inglaterra com o título de Sir. Ainda vive!

Aristides de Sousa Mendes († 1954)

Diplomata português que forneceu mais de 30.000 vistos portugueses para que judeus fugissem da Europa para a América. Foi defenestrado por Salazar (sim-patizante do nazismo) e morreu na miséria. Em 1975 sua memória foi reabilitada.

O diplomata brasileiro Osvaldo Aranha († 1960) um dos responsáveis pela criação pela ONU do Estado de Israel é muito festejado em Israel. Há uma praça com seu nome no centro de Jerusalém e há ruas em Tel-Aviv, Ber-Sheva e Ramat-Gam em honra a este político gaúcho tão amado pelos judeus e também considera-do um justo. Quando você fala, em Israel, que é brasileiro, eles logo lembram de Osvaldo Aranha.