Dois Pesos e duas Medidas
Aqui mesmo já tratei do tema, dando o título de “Fora sou um, dentro sou outro”, numa referência a quem está fora do poder, na oposição, e quando chega lá, passando a fazer parte da situação. O que antes criticava com toda veemência, passa a fazer o mesmo ou pior ainda, quando na condição de governante.
Estou lendo um livro de alguém que já exerceu os mais diversos cargos políticos, mas há alguns anos está fora do contexto. Entretanto, procurou ampliar os seus conhecimentos em áreas mais abrangentes, passando a estudar numa das universidades mais famosas do mundo, a de Harvard, nos Estados Unidos.
Talvez por isso, acho que a sua visão política do Brasil esteja mais coerente com a atualidade. Uma coisa é escrever de forma independente, como cidadão, e não como político.
A propósito do tema, vemos também algo semelhante, quando pessoas da mais alta influência política passam a experimentar o mesmo ambiente do cidadão comum, agora, mais precisamente, a CADEIA.
Enquanto ali só estavam o preto e o pobre, eles não percebiam quão degradante é aquele ambiente, que nada favorece à “ressocialização”.
Como sempre, prevalece aquele ditado popular: “pimenta nos olhos dos outros é refresco”.
Tamanha mobilização de protestos e reivindicação de privilégios é o que se vê agora em favor dos mensaleiros. E o pobre coitado que lá já está há muito tempo percebe a diferença no tratamento. Isto configura o que já ouvia dizer, desde os tempos da minha avó: “DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS”.