O pseudo-socialismo medíocre atual e “a apaixonante equação entre o Homem, a Sociedade, a Natureza e os Objetos”

O Socialismo que se pretende impor ao povo brasileiro pelo atual governo com seus mecanismos obscuros de manutenção no Poder não passa de um pseudo-socialismo medíocre. Praticamente todos, senão todos, os socialismos nasceram do Movimento Iluminista do século 18, que, em verdade, foi um movimento místico-filosófico fundado na Simbologia da Luz Interna. Se o movimento deu origem ao Dizer (Leugein), a Revolução Francesa deu origem ao Fazer (teukhein) da Reforma da Humanidade, seus Ideólogos complementando o Dizer. Naquele momento histórico a Luz como Conhecimento para os filósofos, ou como a Razão dada ao homem por Deus no momento da Criação para os Místicos, estava disponível a apenas uma parcela da Humanidade, os escolhidos de Deus que tinham acesso aos ensinamentos fornecidos pela Igreja, naquela hora representada pela Igreja Católica, e pelos movimentos para-religiosos, com seus estudos de Religião Comparada e existentes desde eras anteriores a Cristo. O Dizer e o Fazer da Reforma da Humanidade pregou que a Luz ou o Conhecimento era para ser difundida a todos os seres humanos para que ocorresse o progresso e o desenvolvimento da Humanidade em resposta a uma pretensa e egocentrada perfectibilidade do ser humano, um desejo já movido por uma falácia: a Humanidade dá a humanidade ao animal fadado a ser humano. A criatura que se transformará em ser humano o faz não devido à doação de uma Identidade pelo conjunto de todos os outros homens, mas pelo fato de portar um conjunto de genes que o habilitam a ser ser humano, independentemente dos grupos humanos e suas soluções para a “apaixonante equação entre a Sociedade, o Homem, a Natureza e os Objetos” (Artaud) e da situação geográfica em que esteja inserido. O fato primordial do Iluminismo Místico-Filosófico do século 18 é a percepção de que o Conhecimento ou Luz é o Bem primordial a ser distribuído a todos os seres humanos, retirando-os da ignorância e da superstição, como forma de garantir a perpetuidade da Humanidade na face da terra, sob o nome de Imortalidade.

O problema havido é que, a partir da Revolução Francesa, muitos foram acometidos de Messianismo, julgando-se os Salvadores ou Redentores da Humanidade, mesmo negando a Religião como força motora do homem para o Bem e para a Moralidade, pregando a Salvação da Humanidade e exercendo o instrumento básico de exclusão dos dissonantes com suas Ideias e Crenças, usado tantas vezes pela Igreja que combatiam, seja nas fogueiras das bruxas, na Inquisição e suas torturas. Com o tempo esqueceu-se do fato básico de que a perpetuidade da humanidade na face da terra só é possível pelo fator mesmo da Razão humana e sua capacidade criativa para dar soluções ao também fato básico de que “tudo na Natureza está contra nossa condição de seres constituídos”, (Artaud) em que o Mal é a tônica e o Bem um esforço, ou em termos mitológicos, o Cosmos é um esforço de reconstrução contínua do Caos, que é a forma de existir do Mundo e da Realidade. Este fator básico de perpetuidade da Humanidade na face da terra pressupõe a Diversidade de Pensamento, a Humanidade é a unidade na multiplicidade. Sem a diversidade de pensamento não é possível a diversidade de soluções à apaixonante equação, e sem ela o Sistema Humanidade se torna um sistema fechado, sendo que todo sistema fechado está fadado à morte (Edgar Morin). Todos os que se pensaram portadores da fórmula divina da Salvação do homem propagaram suas idéias e conseguiram seus adeptos, adotando as formas de exclusão dos que não aderiam às suas Ideologias. É também o período de nascimento de várias Religiões da Humanidade. Uns pregaram a Morte de Deus, declararam-se ateus e materialistas, e se postaram contra a Religião e a divulgação de suas máximas orientadoras do comportamento humano, mas, para conseguir seu objetivo, puseram Marx e Freud como os novos deuses a serem cultivados e adorados, e transformaram suas Ideologias em Doutrinas a serem difundidas como religiões, sem assumirem o fato verdadeiro de que toda Doutrina defendida por seus seguidores com fundamentalismo se transforma em Religião: a Religião é um fato humano e a Liberdade religiosa é um Direito Humano, sendo que um Estado Laico não pode ser Marxista em qualquer de suas variantes, pelo simples fato de que a Ideologia se transformou em Doutrina e foi adotada cegamente como Religião. Marx e Freud estão mortos há muito tempo e seu Pensamento fede, exigindo seu sepultamento ou cremação! Se a visão Teísta excluía os dissonantes com Fogo, a Revolução Francesa com a guilhotina, os diversos sistemas de governo inventaram todas as formas de exclusão do homem discordante, os campos da Sibéria, os Gulags, os Paredons, e a filiação a um Partido Único: aos filiados tudo, aos não filiados nada! A visão teísta deu origem posterior aos Escolhidos de Deus que também originou sociedades em que os dissonantes são eliminados, os Fascismos e suas formas de homogeneização da Sociedade. A filiação a um partido único para se conseguir o fato primordial da Vida, que é o acesso aos meios de sobrevivência e de desenvolvimento de todo seu potencial mental, não é nada mais que a consecução de uma sociedade de Escolhidos de Deus, pela Deificação da Sociedade e do Estado, sistematizada por Hegel, mas não fruto de sua mente.

Toda Sociedade construída mediante estes parâmetros de homogeneização e exclusão dos dissonantes pretendeu regida por um Socialismo que nunca passou de um Pseudo-socialismo: todo socialismo para ser verdadeiro tem de privilegiar o homem independentemente de seu gênero, de sua Ideologia, de sua Doutrina, de sua Religião.

E o que ocorre com o Pseudo-socialismo que se pretende impor ao homem brasileiro? Ciente de que o Conhecimento deva ser difundido para que cada qual atinja a potencialidade dada por seu genoma, distribui um conhecimento fundado na Mentira, na Falácia, na Sofismação, portanto, um não-Conhecimento. Um governante que mente para seu povo nada mais faz que tratar o homem como um primata não humano, um macaco, controla sua mente e sua capacidade de criar soluções de modo a que as soluções que o homem individual apresente tenda a ser homogênea com as soluções pensadas por pseudo-intelectuais, homens sem pensamento crítico, meros aprendizes da percepção da Realidade e meras antenas repetidoras de idéias já vencidas tomadas em corpos doutrinários já vencidos. É assim que se torna possível, por exemplo, dizer que um aluno não pode ser corrigido quando fala errado a Língua comum a todos, escondendo do aluno e de seus responsáveis a Realidade a ser enfrentada: sendo a sociedade competitiva aqueles que derem ouvido a esta regra pseudo-socialista serão vencidos pelos que a ignorarem. Isto não é Socialismo, é controlar o homem a partir de sua ignorância e homogeneizar a Sociedade humana por baixo, pela estupidez humana e não pelo Pensamento Crítico. Com isto os Socialismos já existentes conseguiram anular outra proposta da Revolução Francesa, acabar com os privilégios de Monarquias, e, em nome de acabar com uma pretensa luta de Classes, recriaram um sistema de Casta: são duas castas nestas sociedades que pretendem a homogeneização pela Deturpação do Pensamento: a casta do povo, formada de homens que, nivelados pela pobreza nela são mantidos por castração de suas invenções criativas pela sobrevivência, homens que necessitam entrar em filas para trocar vales-refeição por alimentos, que têm de se contar com uma Medicina exercida apenas na base de olhos-ouvidos-e mãos, sem o acesso a todo o Conhecimento e Tecnologia dados exatamente pelo Progresso da Humanidade (não havia, por exemplo, Ressonância Magnética no tempo de Voltaire-Condillac-Cabanis-Mirabeu-Robespierre, ou de Marx-Lenin, etc.); e a casta do político, nivelado pela Opulência e pelo conforto de uma vida de príncipes e de nababos, mamando do povo os recursos de sua sobrevivência e os usufruindo em benefício próprio, tratando-se de suas doenças com os mais refinados produtos da Inteligência Humana, que significa do Conhecimento. À casta dos Políticos são dados todos os recursos de manutenção de sua posição privilegiada, pelo controle do Sistema de Significação, Normas e Valores da Sociedade, ou seja, pelo Controle das Leis e dos parâmetros de conduta do indivíduo. À casta do Povo é dado produzir riqueza e o Fazer/Técnica da Sociedade; à casta dos Políticos é dado usufruir da Riqueza produzida e do Conhecimento adquirido, uma situação que é mantida pela produção de um Dizer/Leis fundado na difusão da Mentira, da Falácia, do Sofisma, tal como a grande Mentira de que tal Socialismo defende e cuida do Povo, enquanto o mantém excluído dos Benefícios do Conhecimento adquirido pela Humanidade, ludibriando-o para aceitar sua condição de pobreza eterna, cuidando para que nunca seja uma pobreza extrema apenas.

Esta situação tem sido mantida já há mais de dois séculos pela grande Falácia criada por Hegel, a de que deva ser eliminada toda contribuição individual, como Conhecimento Subjetivo, toda solução dada pelo ser humano singular no seu confronto com as Coisas do Real que vivencia, em prol da hipervalorização de um Conhecimento Objetivo, que, se em Hegel era o Todo Pensamento, Deus, a mente humana como cópia da Mente Divina, nos Pseudo-socialistas, não apenas daqui, mas de todos os lugares e em todos os tempos, passou a ser o Conhecimento de que são portadores seus cultores e defensores, Conhecimento que é produto de sua visão tacanha e parcial da Realidade.

A Mentira, a Falácia e o Sofisma são crimes contra o Ser Humano, por distorcer o Conhecimento da Realidade para obter sua adesão a pontos de vista particularizados de homens do passado deificados por mentes meras antenas repetidoras no presente. Todo conhecimento fornecido com Mentiras, Falácias e Sofismas mantém o homem na Ignorância, com o agravante de julgar que a ele foi dado o Conhecimento. Todo Socialismo é inviável, por necessitar para sua sobrevivência, excluir ou anular todos os discordantes de seus pontos de vista, os quais apenas fornecem uma visão parcializada da Realidade.

Gilberto Profeta
Enviado por Gilberto Profeta em 14/10/2013
Reeditado em 16/10/2013
Código do texto: T4524405
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