PLANEJAMENTO E GESTÃO: UMA PARCERIA?

O planejamento é algo indispensável do ponto de vista organizacional em um período que venha a variar de médio a longo prazo. No contexto da cidade e suas diferentes especificidades se faz inerente a organização e feitura do mesmo para nortear de forma consciente, séria, prática e objetiva a evolução natural da cidade. Esta que por sua vez conta com particularidades resultantes da pluralidade existente nela, neste ponto o planejamento tende a abarcar ou não, os mais diversos grupos que muitas vezes (principalmente o de menor poder de barganha) ficam a margem deste projeto, sendo marginalizados na estrutura da cidade capitalista orientada principalmente por fatores neoliberalistas. No neoliberalismo é possível notar-se de maneira explícita uma certa tendência maliciosa em burlar os meios mais abrangentes de um planejamento adequado as diversas realidades sociais, para outros que venham a admoestar para um exclusivismo de parte privilegiada da população, surtindo efeito negativo do ponto de vista da profunda diferença entre classes, neste aspecto o projeto neoliberalista tende a mover de maneira nociva o curso do Estado para satisfazer a exigências da sua “realidade” enquanto meio opressor, fazendo-se assim valer de medidas mais “urgentes” e a curto prazo para resolver problemas sociais que visem mais o lado financeiro do que as necessidades humanitárias. Valendo-se disto o sistema capitalista-neoliberalista utiliza muito mais de uma gestão a moldes exclusivistas que ferem princípios de direitos, do que um plano a longo prazo que satisfaça realidades palpáveis e visíveis da população.

Este aspecto é bem explícito em cidades interioranas do nordeste, em geral observando por exemplo o contexto governamental que normalmente é voltado para o favorecimento de associações empresariais como as CDLs que veem se multiplicando nestas cidades, e que por sua vez marginalizar iniciativas sindicais, principalmente quando estas são compostas por agentes públicos (ex: Agentes de saúde, professores, etc) ou da iniciativa privada (ex: operadores de caixas de supermercado, agricultores, repositores de estoque, auxiliar de carga e descarga, etc). Evidenciando uma realidade que ao invés de incluir, excluir estes grupos que por sua vez são comprimidos de direitos, levando de maneira forçosa a não persistirem nos ideais de equalização social.

Quando o planejamento a longo prazo é acompanhado de uma gestão competente e que pondera as diferentes opiniões, bem como, excita a tomada de consciência por parte da população surge uma nova perspectiva, pautada em consonância com ideais de igualdade, que são esquecidas de forma grotesca pelo neoliberalismo, que simplesmente insere o indivíduo em um sistema predatório, onde neste impera a lei do mais forte, ou como no dito popular: “quem pode mais chora menos!”. Esta é uma terrível realidade a qual se faz necessário uma maior análise aprofundada nestas classes que desde outrora estão sendo condenadas a uma exclusividade incompetente por parte do próprio sistema, resultando assim em graves problemas sociais, e um exemplo claro disto se reflete no aumento de uma periferia de condições péssimas onde é evidente a carência da presença do Estado, até mesmo nestas cidades de pequeno porte do interior nordestino isto torna-se uma realidade, principalmente com a continuação do fenômeno de desmetropolização das classes menos favorecidas.

Referências:

BARBOSA, Adauto Gomes. Geografia Urbana. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - IFPE e Universidade Aberta do Brasil – UAB. Recife: IFPE – UAB, 2012.

Ildebrand Gutemberg
Enviado por Ildebrand Gutemberg em 21/09/2013
Reeditado em 01/12/2013
Código do texto: T4492141
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