UM POVO EM BUSCA DE UM PAÍS

Era uma vez, numa terra muito distante, exótica... muito linda e diferente, rainha das matas e dos rios, das intensas cataratas, das flores mimosas e gigantescas, do céu de puro anil, das palmeiras e dos sabiás, das vidas cheias de amores, do riso fácil e do choro contido, do acolhimento e da mão amiga, das alegrias sem par, das fantasias, dos brilhos, dos pandeiros e dos chocalhos...um soberano que disse não a tudo isso, às criaturas laboriosas, aos sonhos acalentados, aos projetos de identidade.

Tal foi a força do seu imperioso não que as criaturas laboriosas deixaram a terra mui linda e saíram à caça de alguém que pudesse reconduzi-las a sua antiga terra onde os bosques têm mais vida e a vida mais justiça que lhes permite traçar o rumo de seus destinos. As criaturas laboriosas, rejeitadas, mostraram a esse alguém os sonhos, os planos tão simples e humanos que o convenceram a lutar pela reconquista da terra e a encenar a realidade de suas vidas.

A trama iniciou-se na terra mui linda. Cada qual com seu papel, com seu trabalho, com seus sonhos deu vida à nova vida! Não mais fantoches grotescos, mas personagens vivos, reais, sedentos de raiz, de luta e de paz. No entanto, os embates ainda perduram. As batalhas ainda estão por vencer. A hora da capitulação chegará, pois a criaturas laboriosas não se nega a possibilidade de existir.

Os sonhos andam inquietos, os gestos nervosos. Há muito a tranquilidade não os acaricia. Ainda que se saiba que a libertação virá, é certo que o sofrimento é intenso, longo. As criaturas laboriosas sentem-se envoltas por um vazio lúgubre, intensificado pela ação do tempo implacável, do relógio que não economiza minutos nem segundos.

Todavia um som abafado de clarim se ouve nas alvoradas. É a cavalgada da esperança que se aproxima para realizar os sonhos das criaturas laboriosas. O tropel é vagaroso, ritmado, cauteloso. Mas verdadeiro.

Quando chegar a hora, o pano cairá e o povo reconquistará seu país. Intacto. Pleno. Pacífico. Justo. A profecia será cumprida!

A terra mui linda, florão da América, iluminada ao sol do Novo Mundo, terá paz no futuro, pois saberá erguer da justiça a clava forte!

Anna del Pueblo
Enviado por Anna del Pueblo em 13/09/2013
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