Um presidiário com mandato. Pode?

Entre tantas notícias indigestas que giram pelo mundo quanto ao nosso Brasil, a mais bombástica em termos de demonstração negativa quanto ao perfil de nossos políticos, foi a recente manutenção do mandato de um Parlamentar no plenário da Câmara Federal, embora esse estivesse condenado na Justiça comum.

Natan Donadan tem dado notícia para a mídia Nacional. Primeiro a sua prisão em face ao cumprimento de uma sentença condenatória definitiva. Os jornais escritos e falados estamparam as fotos do cidadão algemado sendo conduzido para o presídio. Depois disso novo alvoroço em torno de seu nome já que o mais cético dos brasileiros não poderia imaginar que, lá onde ficam as pessoas que recebem a confiança dos eleitores, novo enlace iria contrariar a realidade daquela prisão, por conta da escandalosa manutenção desse mandato.

É isso o que o voto secreto da Câmara dos Deputados é capaz de mostrar, ou seja, a ‘cara dissimulada’ de nossos políticos. Eles devem ter o ‘rabo tão preso’ que não têm coragem de retirar o mandato de ‘um colega’, por se verem em situação igual já que nesse momento é importante proteger o lado ‘negro’ que se desenha por trás de um mandato.

As notícias que circundam é que Natan Donadan foi condenado por desvios de verbas da Assembleia Legislativa de Rondônia. Ele foi condenado por peculato e por formação de quadrilha. Consta que surrupiou do tesouro a importância de R$ 58 milhões (atualizados). A pena é de 13 anos de reclusão em regime fechado.

Logo que houve a absolvição desse Parlamentar na Câmara Federal um dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (que não me recordo o nome) enfatizou, ironicamente, que agora a colônia penal também tinha um representante no Parlamento Federal.

Hoje, felizmente, nova notícia. O Supremo Tribunal Federal reagiu. Suspendeu a decisão da Câmara Federal por entender que há perda automática do mandato, quando o Parlamentar está condenado em regime fechado e deverá ficar preso mais tempo do que a validade do mandato.

Essas e outras é que refletem negativamente para o Brasil lá fora. Ora, se nosso crédito lá fora é extremamente nocivo, o que esperar da análise interna feita pelos próprios brasileiros? Bagunça total. Descrédito em nossos políticos. Falência da índole moral.

Como a nossa cultura já não é das melhores esses exemplos acabam sendo transferidos para o cidadão comum. Os brasileiros se filiam à opção de ‘dar um jeitinho’ já que o exemplo vem de cima. A pessoa pobre e desprotegida que não vê oportunidade para o crescimento com o trabalho honesto e não tendo um caráter firme, acaba aderindo aos meios insanos de ganhar a vida. Esses comportamentos ajudam em muito a crescer a criminalidade.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 02/09/2013
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