A sociedade brasileira é uma sociedade permissiva ou não?

A sociedade brasileira é uma sociedade permissiva ou não?

Antes de mais nada temos que definir o que significa permissiva. Permissiva vem de permissão, o que traduz um aval sobre atitudes e comportamentos.

No âmbito familiar, um lar ou uma casa é dirigida por um ou dois componentes que há mantem seriam o poder do pai ( patriarcado ) e/ou da mãe ( matriarcado ).

Nesta célula social a maior ou menor permissividade advém dos valores morais determinados pelos componentes, o que gera até conflitos, uma vez que os filhos /irmãos também impõem valores e juízo de valores nesta esfera, mesmo sendo ignorados ou de pouca valia.

Quando passamos para a esfera social maior, digamos , a sociedade de um município no interior de Minas Gerais, a sociedade do estado do Rio de Janeiro, a sociedade de Brasília, a capital do Brasil. Passamos a um escopo maior, nesta alusão , temos efeitos estatísticos e sociológicos para responder a questão proposta.

O poder instituído no Brasil é o atual poder democrático.

Democracia é a tradução do poder que emana do povo, mas na realidade sabemos que não é totalmente funcional esta definição .

Vejamos o exemplo da Constituição Brasileira que garante em seu Artigo quinto, o direito a vida, a segurança, ao trabalho, a saúde e ao lazer.Garante ser todos iguais perante a lei.

Muito perfeito num bom português, mas de valor completamente subjetivo.

Temos três poderes instituídos quais sejam o legislativo, o executivo e o judiciário. Sem falar dos outros poderes privados.

Pensamos a sociedade brasileira como uma família, quem seriam os pais?

Não existem pais na sociedade brasileira pois ela foi gerada em conjunto, desta forma seriam todos os entes irmãos?

Não, pois muitos nem sequer primos são, além dos renegados, dos marginalizados e dos banidos que convivem entre si.

O poder instituído si auto incrimina quando o legislativo garante o que é impossível ao executivo realizar.

Isso já é um detalhe mórbido de uma sociedade falida.

Veja o exemplo de um individuo ou cidadão que furta uma camisa em uma loja qualquer e é pego , passa pelo constrangimento moral dos transeuntes quando abordado pela polícia ( outro poder que é advindo do judiciário ). Isto só já é uma grande pena, se encarcerado sofrera danos morais incomensurável perto do crime cometido.

Suponhamos uma loja ( esta mesma talvez furtada, que cuja administração sonega 10 a 15 % de seu faturamento.)

O imposto não foi instituído na verdade, a receita federal , órgão advindo do poder executivo no máximo aplica uma multa. Pena irrisória se comparado ao valor criminal.

Os institutos privados que são o lar, as igrejas, os comércios, as empresas, as organizações criminosas, os partidos políticos, as organizações não-governamentais, os institutos de pesquisa, as universidades, as escolas , os condomínios, a mídia, as doutrinas, as entidades filantrópicas tem enraizado atitudes permissivas, mas apenas a elite.

Desta forma a elite seja ela financeira, intelectual, ou celebrática faz dela uma detentora de maior poder de permissividade.

Vejamos a tabela seguinte:

Atitudes permitidas Versus Poder de consumo

Ponto critico ou legal.

Veja que quanto maior o poder de consumo seja de bens, advogados, títulos, cargos, maior permissão se tem de realizar comportamentos inadequados o que ultrapassaria o ponto critico, que é o garantido em lei, ou poder legal.

Furtar é crime, sonegar imposto também é crime de proporção muitas vezes maior, mas é permitido quanto maior o detentor tiver poder.

Chega-se a tal ponto de termos a imunidade parlamentar, algo muito positivo no aspecto de permitir a livre execução do pensamento do cidadão que representa muitos outros ,

Mas que quando utilizado para realizar o que a lei proíbe é algo muito negativo.

Como conclusão, observamos que para dizer se a sociedade brasileira é permissiva ou não, devemos adotar parâmetros que idealizariam sociedades totalmente permissivas e sociedades totalmente proibitivas.

Estes dois extremos nunca existirão, ou existiram pois seriam igualmente falidas. Deixar tudo ser permitido é negar o poder de sociedade. Proibir tudo é não ser sociedade e sim coerção total.

Então toda sociedade esta num nível entre estas duas sociedades imaginadas.

Brasil é um país que permite muito a sua elite instituída, permite também aos segmentos sociais intermediários muito do que é proibido em lei, e é coerciva aos entes das camadas sociais desfavoráveis sejam financeira, preconcebida ( que recebem preconceito ), e marginalizados.

No geral diríamos que o famoso jeitinho brasileiro, muito atacado nos últimos tempos ainda prevalece acima das leis ( ou poder legislativo ) , o que faz do executivo e do judiciário instituições renegadas ao bel-prazer, tornando a resposta final como sociedade permissiva, mas com algumas ressalvas, exceções.