Hino Nacional e os protestos (o perigo está na atitude)

Sou curioso. Penso além. Não desigual, creio, sou apenas mais cético do que a maioria. Por isso, combino nuances e lanço olhar imparcial sobre certos acontecimentos. Agir desse modo não me torna incrédulo, apenas garanto destreza para não ser vítima anônima e sem valor de tudo que ocorre ao meu redor.

Nesse rumo ouso catar respostas, que não me cheguem prontas. Histórias surgem e desabam em instantes. Por certo, refletem proveito, ora do governante ora do senhor sem posto no governo. Até a imprensa, muitas das vezes, usa proselitismo nas notícias. Tudo é saldo de zelo escuso, pela cessão ao vil metal. Por isso, vou atrás das causas e não dos contos.

Não me iludo com dogmas nem com nacionalismo ardente. Não me influo por sistemas de governo, muito menos pela anarquia. Tudo isso, de acordo com a espécie, vem de conquista abusiva e violenta.

Na cena mundial, historicamente os atores se mostram capazes de prosperar em nome da fortuna, do poder e da soberba, com dor e perda de vidas humanas. Não sou asnático nem apático; dos grandes atos, mesmo aqueles perpetrados por líderes contestáveis, guardo lições. Uso-as na vida. Porém, ao olhar o retrovisor, busco cada momento dentro do sistema de ideias que lhe foram próprias. Faço-o com o juízo voltado para o tempo vindouro. Extraio das lições, só as menções nobres.

Enervado está o nosso país. Vivo e invulgar surge de todos os cantos um agigantado clamor. Protestos em todas as regiões do Brasil. Contudo, quem protesta não deu a olhada no retrovisor. Assim, não houve debates sobre os tópicos a serem discutidos. Faltou preparo ou legitimação. Tudo surgiu do nada, ou quase nada.

O chamado é pacífico, mas não traçou metas. Pelos meios de difusão, o apelo zarpou para a generalização. No vácuo das mídias sociais, as pessoas protestam cada qual com seu brado. Com queixa própria, bandeira particular, ou, no máximo, com apostilas já sugeridas alhures, muito díspares e estranhas entre si para serem fundidas numa reivindicação válida e possível.

Postas na rede ideias atingem a massa. Estatística sobre esse contágio é mera cogitação. Pois bem, como brota uma ideia podem nascer milhares, até mesmo milhões. Mas vamos nos ater a um grau humilde: centenas de ideais, no mesmo momento, foram catapultadas no mundo sem limites. São frutos do desprazer geral, dizem. Não cabe tal contexto ou outro qualquer para explicar a espora que açoitou esse galope de vozes sem rédeas.

O que nos diz respeito agora é que, de uma maneira ou de outra, um vulcão eclodiu com larvas multiformes. São cores e matérias que se alteram em instantes, sem se mesclar umas com as outras. As causas básicas, assim mostram; lesão na mobilidade, mofo na política, ultraje ao dinheiro público, religiões minadas, flagelo de impostos, úlcera na economia, zanga da inflação, salário pisado, recuo de empregos, hecatombe da saúde pública, exação da fome, elevação da pobreza. Só para citar algumas hipóteses como exemplos.

Como um vulcão tempestuoso, a rede causou um caos. Eis a agonia viva.

A falta de comando e coordenação incentivou alguns a participarem dos protestos com violência. Destroem tudo. São contrários a tudo e a todos. Agravam o caos.

A Iconoclastia, movimento político-religioso iniciado no ano de 730, após o édito publicado por Leão III que coibia o culto de ícones e preceituava o extermínio de imagens, parece estar sendo copiado por esse grupo minoritário, com grande ferocidade. De modo mais abrangente destroem (cruelmente) nossos ícones, não só religiosos, mas também sociais, comunitários, comerciais, industriais, coletivos, pessoais, materiais e imateriais.

Por que tanta atrocidade? Claro que ninguém sabe explicar. De quem é a culpa? Haverá uma montanha de respostas, as mais desiguais possíveis.

Ou será o inverso do que eu penso e o movimento não é pacífico? Será destruidor por vocação? Será? Há razão de sobra para se supor que sim. Afinal o movimento tem como maior fomentador um misterioso mascarado, que age de modo sistemático e caprichoso através das redes sociais. Não sei se um novo Zorro está por trás da máscara ou um outro fenômeno revolucionário. Um zorro com upgrade, talvez.

Como disse, vou atrás das causas. Conclui que, na verdade, ativistas globalistas muito bem organizados estão por trás da máscara, camuflados em jovens que desejam mudanças. É difícil de acreditar, mas milhões estão se deixando levar como marionetes desses interesses tresloucados, patrocinados por organizações de alcance mundial. Inclusive a mídia. Quem diria, a imprensa está contribuindo com essa manipulação do povo. Observem os sites: Change.org; Moveon.org e AVAAZ.org. Para saber mais sobre o globalismo e sobre George Soros, fundador e financista da Avaaz e, ainda sobre o ativismo.

Para um estudo mais aprofundado sobre o tema, comece acessando o link: http://www.midiasemmascara.org/artigos/globalismo/14233-voce-sabe-o-que-e-a-avaaz-ou-do-globalismo-soros-e-o-ativismo-imbecil.html

Não consigo entender como milhares de pessoas atuam sob o jugo de um esquisito dissimulado e anônimo. É Insanidade coletiva ou sou eu que não estou em sã consciência? Se o erro for meu, por favor, coloquem-me uma cangalha urgente, pelo menos serei um burro de carga.

Nas ruas as palavras de ordem buscam o Socialismo. É o significado político dos atuais acontecimentos. A vontade dos globalistas de tirar os limites de soberania das nações e implantar um poder mundial concentrado. A igualdade entre ricos e pobres. Há mais de um século que isso vem sendo experimentado no mundo, e, comprovado está, não passa de utopia. O livro Animal Farm (A revolução dos Bichos) de George Orwell, um social-democrata, de modo magistral retrata em sátira a fraqueza humana que, por si só, destrona o Socialismo. A tentativa de criar uma sociedade “justa socialmente” termina por estabelecer uma ditadura, mais corrupta ainda. Exemplo maior: Cuba. Imaginem o mundo nas mãos de meta capitalistas de esquerda, com poderes ilimitados de comando, mantidos pela força corruptiva do dinheiro.

Bem, de um jeito ou de outro, da maneira que a violência tem se desenrolado, sob a batuta dos movimentos em marcha - só não vê quem não quer - não tardará para deixar de ser protesto pacífico, ou ato truculento, ou seja lá o que for, para ser... Mortífero.

Para quem não entendeu, repito, ao som das metralhadoras:

 
rá tá tá tá ....... m.o.r.t.í.f.e.r.o.... ... rá tá tá tá......

Assim afirmo, pois guerras, em sua maioria, começam a partir de iterados lances de violência, sem carecer de preparo prévio, declaração ou mobilização. Aprendi que o caos é mais perigoso e subversivo do que a opressão. Que a indiferença da autoridade é mais nefasta do que o autoritarismo. A história, desde as primeiras inscrições nas cavernas, nos dá exemplos aos montes de verdadeiros massacres de pessoas se matando umas às outras, em troca de poder.

É a cara do Brasil de hoje. Sem dúvida passamos por um processo de mudança de valores. Colocamos frente a frente a opinião pública com o discurso da elite. Tomamos, de forma bagunçada, a atitude pessoal de ir às ruas. Ótimo, mas ignoramos a direção dessas mudanças. Compreendemos que o processo é irreversível, mas não sabemos a que passos devemos caminhar. Não há nenhum estudo para determinar os fatores que devem influir na rapidez das mudanças, tampouco, quais delas devem ser prioritárias. O pior é que muitos vão à luta, mas desconhecem por qual causa estão a batalhar.

Sem equívoco, carecemos de melhor disciplina. Aspiramos satisfação, felicidade e qualidade de vida. Esperamos economia benigna, educação, trabalho, lazer, saúde, honra, vida social, mas não conseguimos nas ruas achar esses itens que dão qualidades para a dignidade humana.

Por isso, de modo racional, dou como certo: se não nos aplicarmos nessas questões; se ninguém estancar a anarquia; se a imoralidade continuar impune, de maneira inevitável haverá revolta civil, sinônimo de guerra, com a morte de muitos. E esses “muitos” podem ser milhões de civis. Lembro que “o mal que os homens fazem sobrevive a eles. O bem é geralmente enterrado com seus ossos” (William Shakespeare, Julius Caesar, Ato 3, Cena II).

Agora peço ao leitor que margeie as questões antecedentes e se volte a pensar sobre um detalhe: em todas as marchas, protestos, eventos e movimentos, um canto ecoou várias vezes. As pessoas nas praças, pontes e até mesmo nas arenas esportivas, suporte de muitas críticas, cantaram o Hino Nacional com amizade e paixão. Mais do que isso, alegremente e com amor. Amor comovido à nação. Sem muita hesitação pode-se colocar esse fato - raro em termos de identidade nacional - como o mais significativo dessa era.

Porém, nosso Hino - como há de ser um hino em sua essência - invoca atitude desafiadora e revolucionária. Clama por enfrentamento. Não se nega ao conflito, sustenta que um filho não foge à luta, nem é covarde, não é subserviente, nem teme quem adora a própria morte do Brasil. O Hino engrandece a liberdade pulsante no seio da nação e para mantê-la livre desafia o nosso peito à própria morte.

Se a dinâmica do Hino continuar como o mote, todos nas ruas lutarão até a morte.

São Bento, ao escrever a “Regra”, usou a expressão de São Cipriano para afirmar que: “Christo nihil praeponere – a nada dar mais valor que a Cristo”. É preferível, pois dar valor ao amor do que ao ataque. Noutras palavras, devemos nos espelhar na fé. Rejeitar qualquer arrogância que deseje tomar o lugar de Deus em nossas vidas.

Antes de terminar a leitura, responda caro leitor as seguintes perguntas: Quem levará esse impulso adiante? Quem lutará até a exaustão ou até perder a vida? Quem será expulso do lar pela anarquia? Quem entregará a honra aos baderneiros? Quem será abandonado em nome da vitória? Quem perderá filhos, filhas, pais e mães, cônjuges em prol da nação?

Sei bem, muitos que leram até este ponto restam desapontados. Outros tantos discordam de mim. Alguns poucos, graças a Deus, irão anuir comigo. Mesmo assim, sugiro; por via das dúvidas mude de atitude. É melhor repensar. É melhor parar antes de cruzar a fronteira. Urge tomar uma posição. Pense em sua família, seus filhos, seus parentes, seus bens, seu emprego, sua vida, em tudo o que você ama. Orígenes o cristão, o maior erudito da igreja antiga, escreveu: “Diante de uma tentação, um cristão sai mártir ou idólatra”. Com humildade e pureza de devoção supliquemos ao Senhor Deus que se faça em nós a sua vontade.

 
MARCELO RUSSELL
Enviado por MARCELO RUSSELL em 28/06/2013
Reeditado em 03/07/2013
Código do texto: T4362398
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