Política, Trabalho e Desenvolvimento

Os governos querem, no fundo, continuar sendo governo. O desenvolvimento das instituições democráticas depende da energia do povo que impulsiona a economia pelo trabalho, consumo, respeito às leis, e que se esforça por superar suas condições financeiras, econômicas e intelectuais. Aos governos cumpre não atrapalhar essa evolução que se vai realizando gradativamente naquelas sociedades cujo arcabouço democrático mínimo, livre de influências ideológicas e religiosas, segue seu caminho de aperfeiçoamento que exige mudanças, sem as quais os progressos não ocorrem.

A situação razoavelmente confortável do Brasil diante das últimas crises mundiais deve-se ao esforço e trabalho do povo, apesar dos pesados impostos, da burocracia, dos gastos excessivos dos governos, da lentidão da justiça, do desestímulo à livre iniciativa, da falta de segurança, da precária infraestrutura, e do menosprezo à educação e à cultura. Numa sociedade em que a raiz de todos os problemas reside na ausência de um sistema educacional eficaz, menosprezar a cultura e a educação é a política mais retrógrada pela qual se possa optar.

Não podemos nos conformar com a crença de que o voto implique democracia. O governo do povo para o povo é aquele que o representa e serve. Seria o poder constituído fazendo cumprir os anseios populares e a Lei Maior que não pode ser letra morta. Educação, saúde, trabalho, segurança, proteção ao meio ambiente, justiça rápida e eficiente deveriam ser os temas que ocupassem as mentes do homem público, e não a forma de chegar ao poder e permanecer nele indefinidamente.

A política assemelha-se às seitas religiosas extremistas cujos líderes induzem seus seguidores a suicídios coletivos em nome de suas inconfessáveis ânsias de poder e riqueza, tratando-os como ovelhas ou ratos do conhecido conto infantil que se atiram ao mar para uma morte coletiva, encantados pela melodiosa música de um esperto flautista.

O risível espetáculo da política não passa despercebido para os olhos que enxergam, os ouvidos que ouvem e a inteligência que entende.

A política passou a ser a arte de tergiversar, mentir, chegar ao poder e permanecer nele privilegiando parentes e amigos; de iludir, nunca dizer o que realmente se pensa - o que maldosamente tem sido imputado aos mineiros por alguma razão histórica que não está muito clara, mas que não é privilégio do simpático povo daquele Estado, senão de minorias assentadas nos governos, nas empresas, em instituições diversas por todo o país, por todo o mundo.

Os homens de bem têm ojeriza àqueles conluios, e a dramática situação dos governos em todos os níveis parece nunca terminar.

Em algum momento a reversão deverá ser iniciada, e pessoas que não necessitem da política como profissão, como meio de sobrevivência, por já terem percorrido uma trajetória que lhes permita colaborar voluntariamente com a Nação, alistar-se-ão numa cruzada de moralidade e seriedade, pois o governo não é nenhum partido, nenhuma pessoa, o governo é o povo que haverá de resgatá-lo.

A impostura tributária é uma doença, como a corrupção, causadora de desperdícios e injustiça social. Ao conspirar contra o povo, acrescenta-se ao imposto mais tributo, aparentando com isto justiça social com o dinheiro que legalmente toma dos que produzem e trabalham, cujas migalhas distribui demagogicamente através de uma pseudojustiça social denominada de bolsa qualquer vinda dos bolsos indignados de quem trabalha, produz e não concorda com este tipo de esmola que paralisa e vicia as pessoas cujos votos são comprados por tal prática.

Ao povo interessa trabalho, segurança, justiça, saúde e educação. O progresso não combina com assistencialismo inócuo, com antigas práticas de ideologias fracassadas.

Nagib Anderáos Neto

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