A NUDEZ DOS POLÍTICOS

“Um bandido, se fazendo passar por um alfaiate (...), diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam vê-la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao bandido que fizesse uma roupa dessas para ele. O bandido recebeu vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais raros e exóticos, exigidos por ele para a confecção das roupas. Ele guardou todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que todas as pessoas alegavam ver, para não parecerem estúpidas. Até que um dia, o rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o progresso do suposto "alfaiate". Quando o falso tecelão mostrou a mesa de trabalho vazia, o rei exclamou: "Que lindas vestes! Você fez um trabalho magnífico!", embora não visse nada além de uma simples mesa, pois dizer que nada via seria admitir na frente de seus súditos que não tinha a capacidade necessária para ser rei. (...) O rei resolveu marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais. A única pessoa a desmascarar a farsa foi uma criança: ‘O rei está nu!’. O grito é absorvido por todos, o rei se encolhe, suspeitando que a afirmação fosse verdadeira, mas mantém-se orgulhosamente e continua a procissão.” – Crônica “A ROUPA NOVA DO REI”, escrita pelo dinamarquês Hans Christian Andersen em 1837.

Incrível como fábulas e crônicas tem o poder de se encaixarem perfeitamente em determinadas situações. Como uma luva, a crônica “A ROUPA NOVA DO REI” molda-se perfeitamente o momento histórico que o Brasil está vivendo.

Por anos Políticos corruptos enganaram o povo brasileiro com discursos esdrúxulos e guardaram vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais raros e exóticos em seus cofres. Por décadas, falsários em todo o Brasil fingiram tecer a farsa dos Serviços Públicos. Fingiram fiscalizar, fingiram punir, fingiram fazer e acontecer enquanto nós fingimos estar satisfeitos com o país. Por fim, olharam para a obra prima que construíram e exclamaram: “Que lindas vestes! Que trabalho magnífico!". Resolveram marcar duas grandes paradas na cidade para exibir as vestes especiais. Chamaram-nas de “copa das confederações” e “copa do mundo”. Uma grande pena foi ter aparecido em São Paulo um grupo de “ingênuas crianças”, que (sem querer) gritaram: “O REI ESTÁ NU”.

Agora presidente, senadores, deputados, governadores, prefeitos, vereadores, enfim... Ei-los pelados a nível internacional exibindo suas vergonhas ao mundo.

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