Ato público sim; baderna não!

Tenho acompanhado os noticiários nacionais envolvendo as manifestações populares pelo Brasil a fora e acredito que quando o povo, com unicidade de voz, com sinceridade e com organização, demonstra a sua força através das movimentações populares dá um passo a mais no sentido de levar nossa Nação a uma nova era, visto que rompe a etapa onde os políticos acham que tudo podem quando têm o mandato. Assim foi com as ‘diretas já’. O povo através de movimentos legítimos conseguiu reverter o sistema implantando um ordenamento mais democrático.

Não sei se o momento é este para discutir o tema de gastos com estádios. Não porque o assunto não tem importância. Tem e muita. Ocorre que acho um despropósito depois de o dinheiro já ter sido gasto, o povo vir às ruas para protestar sobre algo que já está ‘escorrendo pelo ladrão’. O momento certo para essa movimentação seria logo que foi anunciada a decisão de fazer a Copa do Mundo no Brasil. Aí sim, retirando-se o privilégio dado pela FIFA haveria possibilidade de se cortar o ‘mal pela raiz’. Mas, agora, depois que os estádios estão prontos e que a Nação precisa de estrangeiro em nosso país, soa um pouco hipócrita ‘trabalhar’ contra o insucesso da Copa do Mundo.

Entretanto, é elogiável a ‘briga’ contra os absurdos das taxas aplicadas para o transporte coletivo. Trata-se de uma concessão liberada pelo serviço público. Assim, curial que os governantes cuidassem do interesse popular. O que se vê é o contrário, ou seja, as grandes empresas investem nos políticos em época de eleições e depois cobram caro da população, já que são os cidadãos através dessas concessões que acabam pagando a conta. Isso é um absurdo que merece movimentar as massas. Os protestos nesse sentido são legítimos e oportunos.

Absurdo, também, as vaias que foram dirigidas à Dilma e ao Joseph Blatter na abertura da Copa das Confederações. Um evento que é aberto para milhares de cidadãos pelo mundo inteiro não poderia sofrer esse tipo de exemplo, porque a imagem externa do Brasil soa com algo inculto, já que a educação é a base de um povo. Respeito às autoridades que fazem abertura de um certame internacional é algo inerente às honras da casa.

Mais absurdos são os vandalismos no momento da movimentação popular. Inconcebível que um prédio público pago com o dinheiro do contribuinte fique tão destruído, como foi o caso da Assembleia Estadual do Rio de Janeiro. Um prédio com tantos requintes de história não poderia ter sido tão lapidado como foi nessa ocasião. Esses marginais devem ser presos e depois trabalharem para pagar o prejuízo.

Entretanto, esse episódio negativo deve servir para um exame de consciência de nossos políticos. Sei que alguns deles desconhecem essa sensação que está intimamente ligada com o caráter das pessoas.

Acredito que é hora de alguns políticos enxergarem o quanto as massas populares tem observado suas manobras dentro do Parlamento. Aqui em Campo Grande-MS, caso típico vem da nossa Câmara de Vereadores. Aquela Casa tem cerceado as ações do Prefeito Municipal porque ele não é do mesmo grupo de ‘Caciques Políticos”. Eles estão fazendo ‘vistas grossas’ para as administrações do passado e têm batido de frente com a nova administração. Em nenhum momento abrem mão de suas preferências políticas em nome da cidade. Esse tipo de político é que leva alguns menos preparados a agirem de maneira desenfreada nos momentos de crise, como foi o caso da Assembleia do Rio de Janeiro.

O fato é que somos um povo civilizado. E como tal temos de utilizar de nossos meios democráticos de lutar por nossas aspirações, mas sem o resquício do ódio e da maldade. Empregar violência numa passeata, sem que tenha havido alguma afronta das autoridades de segurança é algo abominável. De nada adianta proibir os policiais de utilizarem de balas de borracha e ao mesmo tempo permitir que a multidão atire todo tipo de objetos contra os policiais.

Entretanto, elogiável a conduta da maioria. Acompanhei as passeatas na data de ontem e fiquei orgulhoso de ver que os jovens são conscientes do que estão fazendo. Reivindicam com responsabilidade e muitos deles tentaram evitar o pior. Sucede que num momento como esse aparecem os oportunistas e estragam o movimento, porque a sujeira que é deixada para trás é muito mais eloquente do que aquilo que se reivindica para frente.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 18/06/2013
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