EFEITO CINDERELA:

O Jornal "El País" fez uma dedução analítica social muito interessante mas muito ingênuamente política sobre o que aqui ocorreu na abertura da Copa das Confederações: escreveram lá, para "todo o mundo" ler, que o pessoal que vaiou os discursos de abertura configura a "nova classe média" super favorecida que depois que ascendeu socialmente percebe que tem força de desejo maior e "quer muito mais" dos seus governantes. Deus! Quem precisaria de marqueteiro para disfarçar o ocorrido?

Como um jornal de tal porte escreve uma dedução dessas? De fato, a gente percebe nitidamente que o pessoal lá de fora não tem a mínima ideia do que ocorre no íntimo de cada país, como o cá de dentro, por exemplo. O que se sabe lá fora é o que se conta nos contos das fadas, nem sempre a verdade vivida pelos cidadãos da plebe candidatos a príncipes do mundo. O jornal também não entende o porquê de só agora (depois de dez anos-eles nos lembram) o povo estar algo...impaciente, agitado, querendo outras modalidades de gools. Pois bem , por falar em fadas, eu lembrei daquela estória da Cinderela: depois de dez anos, deu as doze badaladas da meia noite...a carruagem virou abóbora, a cinderela saiu correndo, perdeu o sapatinho de cristal, e agora cabe a nós acharmos o pé que vamos tomar para colocar o país andando...na realidade dos fatos. Com todo respeito ao El Pais e principalmente ao nosso país. Fui...testar o sapatinho.