A CIDADE MAIS PETISTA DO BRASIL
Várias vezes escrevi sobre a diferença fundamental que existe entre os conceitos de governo e poder. Não vou perder tempo abordando o assunto novamente. Apenas afirmo que poder é a capacidade de gerar consenso.
As linhas de hoje vão dedicadas ao cenário político da cidade onde nasci e vivo até agora – Porto Alegre. Aqui, a organização criminosa conhecida como Partido dos Trabalhadores chegou ao governo em 1988 e permaneceu nele durante 16 anos! Eu era petista na década de 1980. Participei ativamente de um plano de conquista de poder esquizofrênico. Vi estudantes protestando pelo Massacre da Paz Celestial em 1989 e querendo implantar um regime socialista aqui na cidade. Queríamos na época que a frota inteira de ônibus da cidade fosse “estatizada” pela prefeitura! As consequências? Bem, as consequências são sentidas quando,analisando a máquina administrativa e dos serviços públicos,constatamos a lesão naquela que é marca mais importante de um governo – a relação entre seus funcionários. Os petralhas deixaram em Porto Alegre o vírus da luta de classes dentro da Prefeitura. Funcionários sem capacidade técnica alguma se odeiam e disputam as migalhas de uma administração que continua apostando no conceito de controle social para governar a cidade. Certas coisas que o PT fez vieram para ficar e já não podem mais ser questionadas. Espaço para movimentos sociais financiados pelo próprio governo federal, ingerência de ONGS nas politicas municipais de saúde e educação, e acima de tudo uma tolerância com a violência que passou a ser vista como “questão social” em vez de criminalidade e nos torna, proporcionalmente, uma cidade muito mais violenta que São Paulo.
É de Porto Alegre o prefeito que coordena a frente nacional de municípios que quer a vinda de médicos cubanos. Aqui nasceu, durante o Fórum Social Mundial, essa aberração chamada movimento pelo Passe Livre e aqui foi (e continua sendo) o laboratório onde se ensaiam políticas públicas voltadas para minorias que depois vão ser implantadas em todo Brasil. Mês passado recebemos altos comandantes das FARCS e até gente ligada ao ETA na cidade. A companhia de processamento de dados do município, PROCEMPA, está envolvida em escândalo gigantesco, e a cidade tem ainda, na internet, a fama de abrigar uma espécie de programa de espionagem e patrulhamento virtual contra tudo que se possa escrever que não interesse ao PT – isso tudo numa cidade que “não é mais governada pelo PT”? Até onde vai esse tipo de mentira, hein?
16 anos de governo não são 16 anos de poder. Essa é a visão necessária para entender que, aqui em Porto Alegre, os petralhas saíram do governo; mas continuam no poder!
Quando escrevi “Em nome do Rio Grande do Sul” pedi, no fim do texto, que as brasileiros olhassem com mais atenção para o meu Estado. Alertei, e sigo alertando, que daqui surgem idéias perigosas que depois vão ser testadas no país inteiro. A aberração chamada PSOL, por exemplo, que apresenta-se como oposição de “esquerda” ao PT, que segundo eles teria se “vendido” e se “traído” é um exemplo. Notícias de hoje dão conta do envolvimento de Luciana Genro com os vândalos que estão atacando São Paulo em nome de uma passagem mais barata..e por aí vai..
O surgimento de uma oposição no Brasil depende de as pessoas compreenderem que quando um Partido-Religião como o PT está na oposição e conquista um governo ele não deixa nada pra trás. Num fenômeno que é exclusivamente seu, torna-se governo e oposição ao mesmo tempo. Saindo do governo aqui em Porto Alegre ele continua no poder e faz da minha cidade, desgraçadamente, a mais petista do Brasil..
Porto Alegre, 15 de junho de 2013