A toda ação há uma reação de sentido oposto.

“A toda ação há uma reação de sentido oposto e de igual intensidade”, diz a III Lei de Newton. Embora Isaac tenha criado essa frase para tratar de comportamentos físicos entre dois corpos, muito se utiliza essa afirmação para tratar-se dos mais diversos temas, dentre os quais política.

No entanto, o que mais impressiona é que o uso “diferente” dessa frase, embora não totalmente correto, apresenta sua verdade. Para todo movimento político, ideológico, há uma reação no sentido oposto, que nem sempre – ou melhor, quase nunca – apresentará igual intensidade.

Faço todo esse raciocínio – quase que inútil – para falar sobre algo que, se não for, chega perto de ser um movimento ideológico: a idealização de policiais e funcionários públicos – ou até mesmo privados – que trabalhem com a segurança. Isso é, claramente, uma reação aos esquerdistas, socialdemocratas, socialistas, entre outros defensores de violadores da lei.

Todo esse grupo, que pensa coisas como “bandido bom é bandido morto” é fruto de uma reação a todos esses que, em quase toda circunstância, defendem criminosos como fruto de uma realidade social. No entanto, ambos os grupos são demasiadamente exagerados, escolhendo aquilo que querem ver.

Nesse debate, os socialistas ignoram que muitas vezes pessoas expostas a estímulos semelhantes apresentem atitudes diferentes e que existem atos cruéis “inexplicáveis” por esses conceitos e tentam fazer com que a sociedade e suas desigualdades sejam vistas como culpadas pelos crimes, criticando os policiais. Enquanto isso, esse movimento ideológico conservador tenta mostrar as forças de segurança como perfeitas, negando muitas vezes os erros cometidos, como autoritarismo, falta de transparência e corrupção.

Além disso, os fiéis defensores da polícia adotam uma política de proteção aos valores morais, bons costumes, o que apresenta diversos problemas. Isso porque se toma por certo que atitudes fora do padrão sejam punidas, reprimidas, mesmo que não apresentem vítimas – casamento homossexual, consumir drogas, bigamia, dentre outros. E essas punições atrapalham a criação de uma sociedade multicultural funcional, em que diversas religiões, crenças e pessoas possam conviver pacificamente.

Sobre esses assuntos, muitos podem argumentar que, no entanto: o casamento homossexual e a bigamia podem levar ao fim da moral cristã dominante em nossa sociedade; o consumo de drogas poderia levar a pessoa a, no futuro, cometer crimes com vítima. Mesmo que eu concorde com as duas afirmações, existem objeções a serem feitas.

É verdade que uma aceitação de padrões comportamentais diversos enfraquece o senso moral dominante.

Contudo, é necessário esse enfraquecimento para que exista uma sociedade livre e/ou multicultural. Também deve ser dito que, o fato de uma pessoa poder viver sua vida da maneira que deseja, não muda o fato de você ter o mesmo direito e, se quiser agir de “modo cristão”, nada lhe impedirá.

Também é verdade que o consumo de drogas é, muitas vezes, um incentivo à criminalidade. No entanto, ele é apenas um fator, existem diversos usuários que não cometem esse tipo de ato e não é o consumir drogas que prejudica outrem, e sim o crime com vítima. Além disso, aceitar esse argumento entraria em contradição com a ideia de que o infrator tem responsabilidade por seus atos. Seria aceitar que somos todos movidos pelo ambiente, e não “senhores de nossas próprias atitudes”.

Considerando todos os pontos, peço que se reconsidere um pouco a retórica de ambos os lados nessa discussão. Todavia, para ser sincero, tenho certa alegria quando vejo pessoas apresentando uma resposta extremista aos conceitos extremistas dos socialistas. Afinal, a toda ação há uma reação de sentindo oposto. Então, lidem com isso, até porque deve ter sido o ambiente social ao qual vocês criaram que gerou isso.

http://umolharlibertario.blogspot.com.br/2013/05/a-toda-acao-ha-uma-reacao-no-sentido.html

OtavioZ
Enviado por OtavioZ em 04/05/2013
Reeditado em 04/05/2013
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