Islândia quer censurar pornografia

A política social democrata islandesa Jóhanna Sigurðardóttir, junta com um número considerável de ministros e conselheiros, não mede esforços para acabar com diversos comportamentos sexuais aos quais consideram “não aceitáveis”. Entre estes, estão: explorar o trabalho sexual de mulheres;

clubes de strip-tease; vender ou distribuir material pornográfico físico - como revistas e DVDs; e, mais recentemente, qualquer distribuição desse tipo de material, inclusive online.

A lógica dos defensores das proibições é: a mulher é degradada ao ser exposta em cenas de sexo, sendo que faz isso por motivos financeiros, assim, não é seu livre arbítrio tomar esse tipo de atitude, mas sim uma imposição do ambiente. É inegável que essa tese apresenta alguma verdade: de fato, muitas mulheres fazem isso por questões econômicas.

Contudo, esse argumento não faz sentido algum. Isso porque qualquer humano (aliás, qualquer animal) faz quase todas as suas decisões baseadas no ambiente no qual vive. Quando se opta por trabalhar, dificilmente se faz isso por diversão, geralmente se faz por necessidade, nós avaliamos as condições do ambiente e escolhemos entre passar por dificuldades financeiras - o que geralmente é evitado -, ou ter que gastar parte do nosso tempo em prol da aquisação de capital. Com isso quero dizer que a realidade não é inimiga do livre arbítrio, e sim algo que devemos considerar ao tomar nossas decisões.

Além disso, a Islândia - como pode ser comprovado pelo link -, não é exatamente aquele país pobre no qual a prostituição é, de fato, a única forma de viver confortavelmente ou próximo disso. Logo, as mulheres que se prostituem nesse país o fazem por decisão realmente pessoal, que cabe a elas julgar. Fazem isso porque consideram, baseadas no ambiente em que vivem, que é mais válido fazer isso do que ter que trabalhar mais, ganhar menos ou fazer uma atividade da qual não gostem ou gostem menos.

Ainda vale destacar que muito do que fazem os sociais democratas nesse sentido tem relação com o feminismo, sendo a própria primeira-ministra homossexual e ativista dessa causa. Essas pessoas acreditam que a indústria sexual é um propagador do machismo. No entanto, não percebem que, ao proibir pornografia e clubes de strip-tease, podem estar fazendo o caminho inverso, incentivando a repressão sexual e a visão do sexo como algo errado - o que é oposto ao que apregoam esses grupos.

Não menos importante, destaca-se a opinião da conselheira Halla Gunnarsdóttir, que ao ser confrontada com a afirmativa de que não há estudos que comprovem a relação de assistir pornografia e se tornar violento - principalmente em questão à violência sexual, um dos motivadores da censura -, disse "Mas também não podemos provar a oposto. Se a polícia e os que trabalham com violência sexual acreditam na ligação, é o suficiente para o governo agir.".

Essas afirmações mostram que, por crenças sem fundamentos rígidos - baseados na ciência - e por concepções meramente ideológicas, um governo como o islandês pode atacar a liberdade individual de todos os membros da sociedade, em nome de um conjunto de atitudes as quais um grupo de burocratas - que se consideram superiores aos cidadãos comuns - acredita ser positivo e politicamente correto. Em suma, eles querem nos controlar, acham que nós não temos competência suficiente para decidirmos por nós mesmos, e isso é autoritário, terrível e aterrorizador.

http://umolharlibertario.blogspot.com.br/2013/04/islandia-quer-censurar-pornografia.html

OtavioZ
Enviado por OtavioZ em 20/04/2013
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