SER MATERIALISTA,EIS MINHA QUESTÃO.

Sou realista demais para que seja possível encontrar em mim algo de idealismo. O mundo ao meu redor não contribui para que eu o considere apenas como uma projeção da minha mente pois se fosse assim, ele não seria tão desigual e injusto.

Diante da realidade com que me defronto todos os dias, é muito difícil para mim acreditar que há uma entidade invisível que tudo vê e que essa mesma entidade tem o poder de mudar uma vez que foi ela quem tudo criou.

Aprendemos com a dialética que não há eternidade: há um inicio, amadurecemos, envelhecemos e morremos

É uma lei da dialética .

Somos nós e o nosso contrário.

Há um pensamento do Stephen King que eu gosto muito: “ Monstros existem e fantasmas também. Eles vivem dentro de nós. As vezes, eles vencem!”

Nosso contrário trabalha o tempo todo.

Na verdade, esse lance de monstros e fantasmas é mais uma metáfora porque bem e mal se confundem o tempo todo.

O mundo existe fora do meu pensamento e através dos meus pensamentos posso encontrar maneiras de criar condições objetivas para transformar o que eu considero ruim no mundo.

Minhas ideias se formam a partir de uma realidade objetiva e concreta.

Minha relação com meu pensamento pode ter um alcance amplo desde que eu comungue com outros no sentido de criar condições para intervir na realidade.

Penso que a realidade material existe independente dos sentidos e que estes se determinam conforme essa realidade. Que o mundo é uma realidade objetiva

“ Se uma concepção é exata ou falsa, é só a prática que, pela experiencia, nos demonstrará”.(Georges Politzer)

De acordo com Politzer, a ciência tem demonstrado que o espírito do ser humano está ligado ao cérebro ou seja, a fonte de nossas ideias e de nossos pensamentos. Dessa forma, nossas ideias e pensamentos criaram as divindades e atribuímos “ criações” a essas divindades. Não é possível que as ideias existam no vazio.

.”...As formas fundamentais de todo o ser são o espaço e o tempo, e um ser fora do tempo é um absurdo tão grande como um ser fora do espaço.”(Friedrich Engels)

No nosso cotidiano percebemos as provas de que a matéria existe no tempo e no espaço, nós mesmos somos uma prova disso em nossa trajetória de vida e ,portanto, estamos todo tempo em movimento. Este é o motor que conduz a matéria. A prova de sua existência. O que nos faz perceber que não existe matéria sem movimento ou movimento sem matéria.

E aí é que se vê essa grandiosidade do mundo real como resultado da evolução e movimento continuo.

Para mim é completamente impossível aceitar que houve um momento em que não existia o universo e que de repente aconteceu algo que o criou, algo fora do tempo e do espaço.

Como poeta, meus pensamentos povoam meu cérebro vertiginosamente esperando para serem transmitidos através da expressão da escrita, mas sou uma pessoa que vive na sociedade. Então, independente de minha inspiração, sou movida por viver primeiramente na sociedade e em sequencia, pelas ideias que tenho. Ideias que se formam a partir da realidade da sociedade. A realidade onde vivo e que observo.

Vivemos em um sistema capitalista onde a burguesia dita as regras e a ela não interessa que nos importemos com a realidade. A burguesia defende o idealismo e quer passar o entendimento de que não há relação entre teoria e prática. E acabamos por sermos atingidos por esses defeitos, de alguma forma, em algum momento ainda que muitos de nós lutemos contra isso.

“ Não ter o sentido das realidades, distrair-se e,praticamente fazer projetos não tendo em nenhuma conta situações, realidades, é uma atitude idealista que concede a importância primeira aos belos projetos,sem ver se são realizáveis ou não” ( Georges Politzer)

E é o que vemos acontecer o tempo todo, haja visto as politicas que nunca conseguem um minimo de resolução aos problemas da sociedade. E funcionam como paliativos com um alcance minimo em termos de melhor estar da população.

Ninféia G