Participação política
A voz da mudança
O movimento dos “Caras Pintadas” e das “Diretas Já”, rebeliões da segunda metade do século XX compostas sumariamente por estudantes, definem nosso modo de vida até a atualidade. Numa breve reflexão quanto às questões sociais vigentes, indignamo-nos com o conformismo e a comodidade da população, que hoje desdenha de seu direito político, tão almejado décadas atrás. Adotam o silêncio em prol de uma segurança incompreensível e colocam em risco, ainda que inconscientemente, outros 190 milhões de pessoas.
Em se tratando da educação, a situação é de calamidade. Concentrados no Nordeste brasileiro, o analfabetismo e a evasão escolar atingem índices altíssimo, com um contingente expressivo também de analfabetos funcionais. A nível mundial, os números chegam à marca assustadora de 900 milhões de pessoas.
Enxergar a necessidade urgente de se aprimorar a educação é tarefa dos letrados, desafio para a elite intelectual consciente que atua na promoção de mudanças. Cabe a ela gozar de sua cidadania e pressionar o Estado a garantir à população aquilo que lhe é por direito. O poder transformador dos investimentos em educação é incontestável: qualifica-se a mão de obra, atraem-se novas empresas, movimenta-se a economia e desenvolve-se potencial monetário para a erradicação da fome e da pobreza – outras duas Metas do Milênio além da educação básica universal. A título de exemplo, Taiwan revolucionou seu sistema educacional em 30 anos, e hoje é referencia global no quesito.
A conscientização popular deve ser iniciativa pública e privada, e já muitos fazem uso dos mais inusitados meios para disseminar seu conhecimento, como as redes sociais e o programa Quero Mais Brasil.
Ano de eleições municipais, 2012 é um excelente período para assegurar que seus candidatos cumprirão as metas traçadas para a educação, convencendo-os de que a fragilidade desta é a raiz para todas as mazelas sócias. Para tanto, abandone o silencio que paralisa e adote a palavra que transforma.