QUEM SOMOS NÓS?

Vivemos sobressaltados com tantos acontecimentos arbitrários, os quais confundem a postura nacionalista e idealista daqueles que militam em prol do interesse comum e coletivo. O “impávido colosso” é diuturnamente afrontado com ações no mínimo pictóricas por indivíduos que exercem o poder de forma avassaladora e promovem a decadência moral e ética na condução de seus mandatos eletivos.

Esta questão partidária no Brasil tem dado provas inequívocas do quanto estamos distantes da perfeição sendo alvo constante das intrigas e deboches sejam no Planalto, Congresso Nacional, assembleias legislativas, prefeituras e câmaras municipais. Para que haja a perpetuação no poder tudo é possível. Verdadeiro VALE TUDO!

Conchavos; estratagemas sórdidos; jogos de interesse; hipocrisia; decisões antipáticas, dentre outros, representa a efemeridade intencional a que estamos vivendo. Tudo é permitido quando se está decidido a continuar exercendo o mandato. Tudo, mesmo!

Prova disso aconteceu recentemente no Senado e Câmara dos Deputados com a eleição de déspotas, acostumados às benesses e fãs incondicionais das barbáries, do jeitinho e de meios espúrios para conseguir àquilo que tanto almejam através do enriquecimento ilícito.

Com a tônica do “foro privilegiado” tais mercenários exercem seus podres poderes sob o manto benevolente da justiça trôpega e capenga que nada faz, via de regra, porque não interessa envidar esforços na punibilidade de salafrários, devido às brechas de uma legislação inconsistente e propositalmente vulnerável.

Estes meliantes já foram canonizados pelo eleitorado boçal mediante a “política de cabresto” quão difundida pelos coronéis e seus adeptos contumazes, especialmente nas pequenas cidades e Estados da Federação, totalmente dependentes das esmolas governamentais e do populismo desenfreado dos que a distribuem.

Quando observo o fisiologismo de parlamentares na tentativa insana de salvaguardar o “status quo” e a movimentação do Governo Federal na mobilização de sua base aliada e militantes convictos passo a conceber de que “direita” e “esquerda” no país é nada mais que uma piada de mau gosto, discurso de inconvenientes.

A enganação prevalece, a hipocrisia se fortalece e o marasmo continua intrépido. As falácias são a bola da vez, expediente espúrio do mero engodo e de teor indigesto daqueles que se limitam apenas em conservar os tiranos em seus postos a todo e qualquer custo, embevecidos com a retórica populista e da hegemonia palaciana na defesa de prerrogativas indiscutivelmente questionáveis.

Num Brasil de carência visível e sentida em todos os setores, os incultos se deixam levar pelo encantamento das promessas vãs e, os tido como intelectuais apenas vislumbram a bonança e o atendimento imediato das suas necessidades secundárias, em grande maioria, duvidosas e matreiras.

Ninguém em sã consciência apoia um ou outro candidato gratuitamente. Todos e, com raríssimas exceções, o fazem não por amor à sua gente nas busca de melhorias paulatinas e reais de forma indistinta, mas no atendimento daquilo que lhes convêm. Doa a quem doer!

O que ocorre de ruim em cima fatalmente incidirá em baixo, na mesma proporção e intensidade. Não há como se desvencilhar do entendimento de que o “discurso” por vezes representa a sutileza de ações nefastas, onde o compromisso com a palavra não condiz com o conjunto de ações e macula toda a obra.

Não há como sequer tentar compreender atos e fatos isolados sem a devida manifestação de maneira imparcial, até porque a corrupção é manifesta e reside nos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Impossível se sensibilizar diante de uma ou outra questão onde o senso crítico não comungue com a esta necessária imparcialidade. Naquilo que se tem como óbvio, no que se vê como injustificável.

A lógica é que a revolução e o espírito de luta se iniciem pela manifestação do povo e não necessariamente pelos mais fortes. E tudo porque a tradição histórica do levante insiste em nos fazer compreender o sentido das palavras de Victor Hugo quando: “A plebe apenas pode fazer tumultos. Para fazer uma revolução, é preciso o povo.”

O exemplo a ser seguido revela-se como fundamento básico, onde a mais valia nada mais é que o próprio e inegável senso de responsabilidade. Enquanto houver interesses escusos, maledicências inoportunas e egoísmo infiltrado, jamais uma revolução terá o desfecho ansiado e a supremacia daquilo que se quer e aonde se busca.

E me perdoem os que me leem... Porque sou um ser humano, com virtudes e defeitos, desejos e contradições, mas nessa seara de infortúnios e desvarios, muita coisa me inquieta. Num sentimento de que sou nada mais que mais um brasileiro munido de alegrias e tristezas; acertos e decepções; realidade e desenganos... Antevejo que estamos num “fundo de poço”. Diante do enunciado sempre me permitirei questionar: Quem sou eu? Quem somos nós?