POLÍTICA, A ARTE DE ENGOLIR SAPOS
A ciência quão referendada nas obras de Max Weber no sentido de que deveria ser a guardiã dos ideais e propósitos nacionalistas, se transformou num covil de endiabrados na busca do dinheiro fácil.
A corrupção instalada nos quatro cantos do país se fundamenta através de um esquema sórdido de remendos e atalhos, paraíso para os desonestos e inferno aos que envoltos em boas intenções adentram nesta seara de incógnitas, ameaças constantes e adversidades de toda ordem.
Aliás, ser um bom e tenaz político no Brasil é um ato de heroísmo, porquanto, personagem de perseguições e prováveis desatinos. Inversão de valores, o “rouba, mas faz” e o “rouba e não faz” são faces da mesma moeda.
Alheios à moralidade, denotam uma ousadia sem limites no trato com o dinheiro público e, desta maneira, ladrões de sonhos e propagadores da mentira se reproduzem como ratos de esgoto.
Agora, não existe nada que justifique o escárnio e o descaso, nem tampouco, a inexata percepção de que cargo eletivo é uma passagem de uma pessoa comum àquela que terá no exercício da função exageradamente gratificada (diga-se de passagem) o inadmissível e horrendo “foro privilegiado”.
É uma ofensa aqui, outra ameaça acolá e os “donos do poder” se fartam de suas aberrações e desmedidos destemperos. Motivados, inclusive, pela postura arrogante, indivíduos insensatos, frios e calculistas se travestem sob o manto da impunidade.
O instrumento permissivo da corrupção, esta que vitima milhões, a “idiocracia” sobrevive à custa do dinheiro alheio, alimentando o “propinaduto” daqueles que preferem enriquecer sem trabalhar, porque acreditam que o desvio de verbas públicas é plenamente normal sob o ponto de vista da notória mediocridade a que estão sujeitos.
Aves de rapina, mestres da enganação, traidores do povo, se embrenham nas prefeituras, câmaras municipais, no Senado e Congresso Nacional, e não mais se escondem! Pelo contrário, mostram a cara, numa ridícula manifestação em que o deboche perpassa o cúmulo do absurdo.
E em tal caso, nobres e pacatos cidadãos, passamos a engolir sapos e provar do veneno sem, tampouco, termos o antídoto para esta morte lenta, onde valores são corroídos pelas barbáries e desatinos dos homens de terno e gravata.
Onde a justiça não se manifesta, a injustiça se porta elegante e cruel, envolvida pelas sórdidas manifestações e interesses próprios, na teia da hipocrisia e desfaçatez.
Emerge de uma lama imunda e de odor fétido, onde o enxofre se sobressai, e a besta adentra impávida e ao abraçar os seus discípulos e uns poucos apaniguados, enfeitiçados por promessas vãs e discurso populista, convida-os para um churrasco para comemorarem inebriados a derrota de toda uma cidade.
E tudo pelo prazer da vingança! Pelo fortuito instante em que se vangloriam de serem “fora-da-lei”.
Pobres seres mundanos, que não podem dimensionar o tamanho do prejuízo causado, porque não sabem o que o futuro lhes reserva. O certo é que o tempo dirá e, de forma implacável, o destino será a bola da vez.
Pirapora/MG, 30/01/13