ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA OU COVARDES EXCELÊNCIAS?

Destarte a visão clientelista e o malfadado populismo a que muitos políticos são afeiçoados, a contrariedade persiste se a vida de famílias é colocada em risco, diuturnamente.

O óbvio é que mediante esta prática perversa naquilo que vem sendo considerada a nítida ambição desmedida, alguns que deveriam se colocar ao lado do povo, e que num juramento solene do ato de posse juraram defendê-lo de maneira indistinta, simplesmente viram-lhe as costas, num ato de extrema e questionável covardia.

Mas, na espreita das benesses e dos favores escusos, acabam se locupletando do dinheiro público e se embrenham por caminhos inóspitos e malfadadas alianças.

E neste caso perfazem o contrassenso do que seja entendido como uma missão sublime: “a de trabalhar em favor da população, procurando amenizar o sofrimento de inúmeros indivíduos e de numerosas famílias que vivem nos meandros da vulnerabilidade social e, por consequência, numa constante dependência do poder público”.

Ora, então as Sagradas Escrituras admitem que não seja admissível se desviar dos desígnios de Deus? Ele, um Ser Onipresente e Onisciente, por certo, não se limitará a injustiça dos homens, mesmo quando estes mesmos sejam injustos no trato com a vida alheia.

Ocultar a face desta Força Suprema é como se manter objeto de um destino pernicioso, onde a ingratidão, o ódio e a ganância são e sempre serão considerados sentimentos pagãos.

Não se trata aqui de afrontar um ou outro personagem eletivo que milita na seara da arrogância e da insensibilidade por todo o país. Não me portarei por uma questão de ótica e ética (como queiram), um justiceiro implacável ou mero detentor da verdade, inclusive, num momento flagrante de inquestionável necessidade coletiva.

Num instante, muitos que se dignam “detentores de um poder efêmero” deixarão cair por terra, as lágrimas de uma vergonha, por não terem esboçado uma reação em prol dos desabrigados, da gente humilde e ordeira, dos menos favorecidos pela sorte.

Púlpitos e honrarias dos que riem da desgraça alheia... Ironia à parte, regado ao conforto de uma casa nova, da mesa farta e bastante dinheiro na conta corrente. Todavia, amanhã estarão imersos numa lama fétida e imunda da hipocrisia.

Sendo assim, não será por força de uma calamidade pública ou de um leviano decreto de emergência, sobretudo, da história errante e do choro compulsivo; do abandono e descaso; angústias diárias e do sangue derramado dos inocentes.

Pirapora/MG, 24/01/13