Barriga cheia e bolsos vazios
Por: josafá bonfim
Uma cruzada homérica torna-se a levantar na busca de meios para por as mãos na preciosa “mufunfa” da União. É mais uma famigerada romaria de prefeitos rumo à Brasília, na sofreguidão por recursos para sanar suas dividas que levaram milhares de municípios ao esbandalhamento. Antes mesmo dos reivindicantes abrirem suas pautas, o mecanismo de cooptação de apoio eleitoral do governo Dilma já preparou a recepção calorosa, com um instituto beneplácito denominado “encontro de contas”: um pacote de bondades para recepcionar os mais de 5.500 prefeitos recém-eleitos. Afinal, estamos no ano véspera de mais uma eleição para a escolha do ocupante do Palácio do Planalto. A boa acolhida de agora no platô, redundará sem dúvidas, em dividendos políticos mais tarde na visita aos grotões.
O pacote traz em seu bojo a inclusão de recursos suplementares em áreas do famigerado PAC e outros penduricalhos que redundam em dezenas de bilhões jogados para o ar. Dentre as reivindicações dos prefeitos, consta a amenização das dividas dos municípios com o INSS. Argumentam que a divida com o instituto é descontada antecipadamente, enquanto que os recursos da União chegam a posteriori.
Salvaguardadas as exceções, deviam os reivindicantes, sobretudo os que acabam de se reeleger, ter mais zelo com a administração pública. Efetuar gestão de impacto, capaz de conter as sangrias dos recursos, dando melhor destino ao dinheiro público que escapole pelo ralo da incompetência e dos descaminhos da corrupção sem freio.
Ademais, que aproveitem a ida à Capital Federal para captarem conhecimentos úteis e aplicáveis em suas comunas, em vez de se esbaldarem em salamaleques, como de costume, curtindo em casas noturnas e em grifes gastronômicas, torrando os restoios das depauperadas contas municipais.
São Luis/MA, 23 de janeiro de 2013