E o desarmento?

E O DASARMAMENTO?

Quando escrevi há tempos atrás, nos periódicos onde tenho coluna, que era contrário à proposta governamental sobre o desarmamento, e que ia votar contra no plebiscito (outubro de 2005), uma “autoridade” de Canoas, por certo um neófito em visão social, respondeu num quase “direito de resposta” afirmando que a medida era salutar e necessária para a consolidação da paz no Brasil.

Hoje, após sete anos, observa-se que só ao cidadão foi proibido andar armado, pois a bandidagem está cada vez mais armada e municiada com sofisticados recursos bélicos. E não só os bandidos. O pessoal hoje, em qualquer circunstância, seja no trânsito, na rua, no futebol, na balada, alguém vai no carro, busca uma arma e volta atirando. Não adianta endurecer as regras de obtenção de porte e registro. Os matadores não estão nem aí para isto. Com o pessoal border-line armado, o cidadão fica desprotegido. Abaixo, transcrevo alguns tópicos de artigos anteriores.

“Disse uma velhinha, na fila de um supermercado: ‘A gente entrega a arma hoje, a R$ 100 para o Governo e amanhã ‘eles’ voltam atrás, e vamos comprar outra por R$2.000’. O jornalista Alexandre Garcia, diz que: ‘não vejo por que impedir o cidadão de exercer o direito da legítima defesa’”.

“Em São Paulo 30 edifícios foram assaltados sem pressa. Os bandidos entram e ficam com a confiança de que não haverá reação; as pessoas não têm armas para se defender. Pior: você sabia que vão gastar 600 milhões de reais com o referendo? E se esse dinheiro fosse aplicado nas polícias? Nesse bundalelê entram artistas, veados, publicitários, intermediários, todos querendo faturar... A corja oficial, apoiada pela mídia sabe disto, mas insiste no plano. Tem alguém ganhando! Há quem queira proibir armas por causa dos acidentes”.

“Se for assim, vamos proibir motos, ferramentas, leite quente, que produzem acidentes. Eu já tive um acidente com arma; dois em escadas, uns dez com veículo, e dois com garrafa de champanhe. As mortes ocorrem pelas armas dos bandidos, e isso foge às estapafúrdias “estatísticas oficiais”. A magistrada aposentada Denise Frossard diz que “sendo aprovada a proposta e em nada reduzindo a criminalidade, veremos aumentar a incredulidade da população com as medidas que venham do Estado”.

“A polícia não vem quando se chama, e nesse risco, segundos são vitais. Por isso, cada um deve confiar em si mesmo. É uma absurda ingenuidade imaginar que, diante da proibição do comércio legal, ninguém mais comprará ou deixará de portar armas. É melhor se incomodar de arma na mão, do que desarmado. ‘Acidente’ é você ver sua casa invadida e não poder fazer nada”.

Antônio Mesquita Galvão

Doutor em Teologia Moral