VEREADORES: a Quantidade em detrimento da Qualidade

(artigo)

Em Campo Grande M S, no dia 07/07/2011, a imprensa local noticiou sobre o debate que trata da discussão sobre o aumento no número de vereadores. No dia 14/07 do mesmo ano a mesma imprensa noticiou que os vereadores votaram a favor da emenda que sobe o número de vereadores dos atuais 21 para 29. Antes de entrar-se no mérito dessa questão, é bom lembrar que é o dinheiro do cidadão contribuinte que pagará as custas disso tudo.

Não sou jornalista, não pretendo entrar em uma área da qual não tenho o conhecimento técnico nem argumentos à altura e nível que esse debate requer. Porém, como eleitor e cidadão comum, que tem interesse nas questões nacionais quero, e tenho o direito, e acho que até o dever de participar desse debate e expressar a minha insatisfação, assim como outros cidadãos. Pois Já não há necessidade de ser doutor ou técnico nesse assunto, para se saber que o que precisa haver é (Qualidade) nos serviços prestados por esses Cidadãos e não Quantidade. Então, que partamos daqui para um debate sadio, limpo, transparente e com liberdade, de preferência para se dizer NÃO e esse (Não), ser obedecido e respeitado.

Expressão e soberania

Fala-se muito em democracia, porém há países, estados ou instituições em que a opinião pública não exerce sua função, não há democracia. Sem a opinião pública não há soberania. Povo que não se expressa não evolui. Democracia serve para o direito à manifestação do sentimento e do pensamento de uma sociedade ou uma nação.

Uma sociedade ou um povo que não pode se expressar livremente vive no atraso, sempre amordaçada, impedida de desenvolver-se. Diz o bom senso que o poder emana do povo, é necessário que ele possa se manifestar. Um exemplo de democracia é o voto facultativo, pois a vontade do povo só será soberana se ele exercer seus direitos e seus deveres livremente.

Sair às ruas, protestar, reivindicar mudanças ou até mesmo não votar se assim o desejar, faz parte do pleno direito à cidadania e por consequência à soberania de um povo, que tem assim seus direitos preservados, para então cumprirem com seus deveres. Reivindico aqui o direito ao voto facultativo. Isso será o próximo passo para o Brasil inserir-se entre as nações soberanas e mais evoluídas.

Eleições no Brasil:

Quando fala-se em eleições geralmente somos tomados por sentimentos de indiferença ou algo parecido. Porque apesar de sermos um dos países onde, segundo os dados oficiais, o processo eleitoral é um dos melhores e mais organizados do mundo, ainda estamos longe do que seria o ideal. Temos uma quantidade enorme de siglas que não servem para esclarecer o eleitor, e sim para confundir.

São partidos inúteis, sem expressão, sem valor ou importância no que refere-se a seu significado prático para o eleitor e para a nação. Esses partidos são lançados com finalidade eleitoreira, oportunista que só servem para atender interesses pessoais de seus fundadores, os quais não tendo objetivos patriotas e claros, aparecem só com o intuito de angariar votos e obter vantagens na ocasião do pleito eleitoral.

Propaganda eleitoral: a propaganda eleitoral gratuita pelo rádio e pela televisão, é medíocre, não atrai o interesse do ouvinte ou telespectador. São ofensas pessoais, acusações, promessas vãs, ridículas, verdadeiras baboseiras de toda espécie, além de ser muito tempo de programas que não despertam a atenção, pelo contrário, só a indignação do cidadão.

Obrigatoriedade do voto: ainda somos obrigados a votar. Isso deve-se também ao fato de que não estamos preparados para a não obrigatoriedade do voto. Em alguns países da Europa e na América do Norte, segundo fontes idôneas, o voto é facultativo, porque o povo é melhor preparado culturalmente.

Salários dos políticos: os políticos ganham cada vez mais e mais. São salários exorbitantes, chegando até afrontar e humilhar a sociedade entre eles, as classes mais carentes em geral. Isso somado aos escândalos de corrupção, desmandos e descaso para com os cofres públicos e com o povo em geral, fazendo assim com que a sociedade seja cada vez mais indiferente em relação às eleições.

É necessário que se faça uma reforma eleitoral ampla, urgente no sentido de reduzir a quantidade de partidos políticos, obtendo-se assim uma melhor qualidade dos que ficarem, diminuir o número de candidatos, consequêntemente forçando a melhoria dos mesmos no que diz respeito à sua moral, dignidade, honestidade, lisura e idoneidade. Aperfeiçoar, melhorar a qualidade da propaganda eleitoral no rádio e na TV, assim como regulamentar o uso de faixas, cartazes, e a poluição visual nos logradouros públicos em geral. Redefinir a questão do financiamento de campanha, se público ou privado. Reavaliar os salários dos políticos, adequando-os à realidade do país.

Este texto está registrado no Escritório de Direitos Autorais sob o nº 576-645 Livro 1-101 Folha 218 . Em 03/10/2012 RJ.

Arnaldo Leodegário
Enviado por Arnaldo Leodegário em 08/12/2012
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