A RELIGIÃO E A POLÍTICA

A Política é a ciência que estuda os fenômenos políticos. Estuda os movimentos e as práticas de como se chega ao poder. E há varias formas de se chegar a ele. Seja democraticamente, seja pela violência, seja através de golpes de estado, seja por meio de guerras civis, de revoluções, da lei do mais forte, etc. Assim, atividades políticas são movimentos e ações que visam chegar ao poder.

A religião, por sua vez, é um fenômeno cultural, na qual os crentes buscam um ligação com o Todo Poderoso. A prática religiosa visa a agradar a Deus e dele se aproximar.

Em poucas palavras: Na política, busca-se o Poder (secular); na religião, o Poderoso (Deus).

Hoje, a maioria dos religiosos são monoteístas, mas na Antiguidade, exceto o Judaísmo, e depois, o Cristianismo, para cada fenômeno ou elemento da natureza havia um deus particular. Na Grécia, por exemplo, havia templos e cultos para Dionísio (deus dos vinho), para Zeus (o deus dos deuses, que reinavam no Monte Olimpo), o deus dos mares (Posseidon) , a deusa da beleza (Afrodite), e assim por diante. Esses cultos visavam a aplacar a ira das divindades e a torná-los generosos com os homens.

O fenômeno religioso ocorreu e ocorre praticamente em todas as sociedades e civilizações do mundo.

Podemos dizer, por conseguinte, que as atividades religiosas e políticas são inerentes aos homens. Onde quer que se tenha desenvolvido uma comunidade, uma cultura, uma civilização, lá houve um chefe tribal, um rei, uma oligarquia ou um imperador, assim também como uma religião.

Na atualidade surgiu, ou pelo menos cresceu, a figura do ateu ou do agnóstico, que não é praticante religioso e não é adepto de religião alguma, pois não acredita na existência de um ser Todo Poderoso, criador de tudo. Voltaire, que foi deísta, mas não professou religião alguma, acreditava na existência Dele, porquanto não concebia uma obra sem obreiro. Por isso, muitos há que dizem haver um esforço de “fé” muito maior no ateu do que no crente.

O dito popular de que “política e religião não devem ser discutidas” não é correto quando se trata de Política, pela importância que ela tem. Na religião se doutrina; é algo importante, mas não é imposta a ninguém. Existe livre escolha nesse campo, inclusive a de nada escolher. Já a política é uma atividade extremamente importante. E o analfabeto político, conforme bem o disse o Bertolt Brecht , é pior tipo de analfabeto, pois, em decorrência dele, surge o pior vigarista, o vigarista político, que suga toda riqueza da nação, deixando o povo na miséria.

A Política e a religião, cada uma está imbricada com a ética. Qualquer praticante religioso que segue à risca a conduta moral da respectiva religião, necessariamente é uma pessoa ética, sociável e gregária.

Também quem faz política “como sacerdócio e não como negócio” (palavras do falecido político paraibano Ronaldo Cunha Lima), quem sobrepuja os interesses coletivos aos particulares quando estão no poder, ou mesmo fora dele, age conforme manda a lei e, portanto, com ética. Não é de um todo desimportante lembrar que o Direito, inclusive o Direito Positivo, estriba-se em princípios morais. Apesar de, necessariamente, isso sempre ocorrer. Há leis que não são justas e, portanto, atentam contra a ética.

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 01/12/2012
Reeditado em 02/12/2012
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