CALAR OU FALAR?

Calar ou falar, eis a questão! Temos dois ouvidos e uma boca. Fica sugerido, dessa forma, que devemos ouvir mais do que falar.

Dizem que "falar é prata, calar é ouro!" Provérbios recomenda que seguremos a língua, pois a palavra proferida não volta atrás. A retratação nem sempre é possível.

Por isso, é necessário prudência. A regra deveria ser esta: Será que posso assumir as consequencias do que vou dizer? Será que não me arrependerei do que vou falar? Caso as respostas a tais perguntas sejam favoráveis, então, sim, podemos falar.

Mas, ter essa postura cômoda nem sempre é a mais acertada. Calar quando é necessário falar pode ser tão desastroso quanto procedermos ao contrário.

A assassina B, mas é C quem é considerado criminoso e punido na Justiça. Quem souber dessa realidade e fica calado, por medo de testemunhar, é pusilânime; e é conivente ou até cúmplice da injustiça.

Martin Luther King, não luta pacífica contra o preconceito racial nos Estados Unidos, disse certa vez:

"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons."

Então, não é necessário apenas ser justo, ético e "bom". Igualmente importante é não calar quando esses valores não são levados em conta ou acatados pelos poderosos (governantes ou não), redundando em consequências deletérias profundas para a vida dos mais humildes e dos mais indefesos.

É certo que verdades nem todos toleram. Por vezes, estas são confundidas com agressões pessoais. Por isso, os mais tremebundos ou timoratos comodamente se calam, mesmo informados da calhordice e da burla de alguns potentados, sobretudo dos que detêm cargos políticos na sociedade.

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 28/11/2012
Reeditado em 29/11/2012
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