A imprensa na berlinda

A imprensa vem sendo alvo de duras críticas em mais da metade dos países ao redor do mundo na última década. Alvo de líderes opressores, mas ovacionados pelo povo marginalizado na América do Sul; Fechados a luz do dia sob as piores desculpas possíveis na China e Rússia; Desmoralizados por ações irresponsáveis de empresários que visam o mercado de ações na Europa. Esse é o cenário vivenciado pela imprensa no caminhar inicial do século XXI, um penoso e ameaçador quadro pintado a duras penas.

No Brasil a situação não é diferente, e com um agravante, sem registrar guerra civil ou estado de sítio, o país registra assassinatos de jornalistas e, as insistentes tentativas de membros da justiça (advogados, promotores, juizes...) em impedir ou cessar terminantemente o trabalho de blogueiros (jornalistas ou não) no exercício de suas profissões. Para uma democracia, ações inconcebíveis, para um país com uma das mais respeitadas constituições do planeta, atos inconstitucionais, para os leigos, opressão pura e simples.

A regra, parece-me, sonhada por esses nobres conhecedores do direito à informação e da liberdade de expressão, seria algo como: "Não gostei do que você escreveu, apague!". Bizarro, mas é o que vem acontecendo Brasil à fora. Muitos foram os casos, Décio no Maranhão, Paulo Henrique Amorim em São Paulo, Franssinete Florenzano em Belém, Luiz Flávio Pinto e mais recentemente, nosso colega Valdecir Mecca em Uruará. Pela lista cada vez mais extensa de vítimas das mazelas de um país ainda em desacordo com seus princípios fundamentais, só podemos deduzir uma coisa: "Vai escrever? pense bem, pense de novo, pense novamente, e se tiver dúvidas, apague antes de publicar".

Sábias as palavras cantadas por Renato Russo ao descrever o Brasil, isso a muitos anos atrás: "Que país é esse? Que país, é esse?". Resposta: Um Faroeste, caboclo!