SAUDAÇÕES PÓSTUMAS A UM HERÓI DA RESISTÊNCIA
Poucos arriscam a própria vida em defesa de seus ideais. Carlos Marighela, ex deputado constituinte em 1946, pelo Partido Comunista Brasileiro, juntamente com o escritor Jorge Amado, mostrou que não era apenas um parlamentar notável na tribuna do congresso nacional, mas também um idealista capaz de pegar em armas para defender suas ideias. Sua personalidade e obstinação lembra um pouco a vida de tantos mártires cristãos, doando-se em favor de sua fé na revolução socialista, por um mundo mais fraterno e solidário. Homem de têmpera, preso, perseguido e brutalmente executado em uma emboscada ao ir encontrar com alguns frades dominicanos ( já aprisionados pela Ditadura e utilizados para atrair o militante para a morte). Figuras que marcaram a nossa história contemporânea, que, aos poucos, ressurgem com o respeito e as vênias que fazem jus, passados já os tempos sombrios do arbítrio e do regime de exceção. Lembramos combatentes como Lamarca, Luiz Carlos Prestes, João Amazonas, Gregório Bezerra, entre outros que fizeram a diferença em defesa da luta por um mundo melhor. A história nacional precisa mencioná-los, precisam ser estudados nos bancos escolares, omiti-los é desonrar os fatos, contar a versão vista por um ângulo oblíquo e manipulador. A democracia brasileira, que hoje leva políticos de expressão ao banco dos réus, depois de ter eleito um operário sindicalista e uma presidenta egressa da luta pela resistência armada, está maduro para desenhar a sua história de forma ampla, geral e irrestrita.
Carlos Marighella recebe anistia 'post mortem' - politica - Estadao.com.br
O guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969) recebeu anistia 'post mortem'. Em decisão publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial, o