Dos 81 senadores, 20 não foram eleitos pelo povo
Você sabia que ao eleger um Senador, ele está levando consigo dois suplentes, que raramente são de seu conhecimento?
Quando você vota no candidato ao Senado, você se preocupa em saber quem são esses suplentes?
Diz a Constituição Federal:
Art.46: O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
(...)
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Pois bem, esses dois suplentes podem ser escolha pessoal do candidato, escolha do partido ou "comprados" ("eu te dou dinheiro para a campanha desde que seja seu suplente").
Edison Lobão escolheu seu filho como primeiro suplente e ao aceitar o cargo de Ministro das Minas e Energia, alçou seu filho ao Senado.
Atualmente há no Senado 20 senadores "biônicos", pessoas que não receberam um mísero voto para ali estar. Isso representa 24,7% do Senado!
Os motivos são: renúncia (7), falecimento (2), afastamento do exercício (6), licença saúde particular (4), perda de mandato (1).
Abaixo, a lista dos nossos 20 "senadores biônicos":
1. Ana Rita Esgario – PT - ES - renúncia de José Renato Casagrande (governador do ES).
2. Anibal Diniz – PT – AC - renúncia de Tião Viana (governador do Acre).
3. Antonio Carlos Rodrigues – PR – SP – afastamento do exercício de Marta Suplicy (ministra de cultura)
4. Antonio Russo Netto – PR – MS – renúncia de Marisa Serrano. (conselheira do TCE – MS).
5. Assis Gurgacz – PDT – RO - licença saúde particular de Acir Gurgacz.
6. Casildo Maldaner – PMDB – SC – renúncia de Raimundo Colombo. (governador de SC).
7. Cidinho Santos – PR – MT - licença saúde particular de Blairo Maggi.
8. Clésio Andrade – PMDB – MG – falecimento de Eliseu Resende.
9. Clovis Fecury – DEM – MA - afastamento do exercício de João Alberto Souza (cargo no governo do Maranhão).
10. Cyro Miranda – PSDB – GO – renúncia de Marconi Perillo. (governador de Goiás);
11. Eduardo Lopes – PRB – RJ - afastamento do exercício de Marcelo Crivella (ministro da pesca).
12. Garibaldi Alves – PMDB – RN – renúncia de Rosalba Ciarlini. (governadora do Rio Grande do Norte).
13. Gim Argello – PTB – DF – renúncia de Joaquim Roriz. (para escapar do processo de cassação).
14. Edison Lobão Filho – PMDB – MA – afastamento do exercício de Edison Lobão. (ministro das Minas e Energias)
15. Marco Antônio Costa – PSD – TO - licença saúde particular de Kátia Abreu.
16. Paulo Davim – PV – RN – afastamento do exercício de Garibaldi Alves Filho (ministro da Previdência).
17. Sérgio Souza – PMDB – PR - afastamento do exercício de Gleisi Hoffmann. (ministra chefe da casa civil)
18. Tomás Correia – PMDB – RO - licença Saúde-Particular de Valdir Raupp.
19. Wilder Morais – DEM – GO - perda de mandato de Demóstenes Torres.
20. Zeze Perrella – PDT – MG – falecimento de Itamar Franco.
------
cultura talvez inútil (ou não):
O termo "senador biônico" surgiu em 1977, quando o Presidente Geisel lançou o "pacote de abril" e através da Emenda Constitucional número 8, de 14 de abril de 1977, determinou que 50% das vagas da próxima eleição do Senado seriam preenchidas de forma indireta, através de colégios eleitorais. Com isso, cada estado só pode ter um representante eleitos pelo voto.
O Governo havia perdido a maioria das cadeiras na última eleição (das 22, 16 foram do MDB, partido de oposição na época) e não quis arriscar a uma repetição na eleição seguinte.
O termo "biônico" que acabou sendo popularizado, se deve a uma série de TV que passava na época: "O homem de seis milhões de dólares", que tratava de um homem reconstruído com próteses mecânicas e eletrônicas. Assim como o "homem-biônico" não era natural, os "senadores biônicos" também não eram.