URNAS DE SAMPA: UM DESAFIO ÀS CIÊNCIAS POLÍTICAS

Como simples eleitora algo desesperançada aqui da cidade de São Paulo, cidade aonde sempre ocorre uma expressiva dinâmica de amostragem de como se comportam os colégios eleitorais do país, e mesmo na qualidade de cidadã leiga em ciências políticas, neste "day after" de eleições municipais é impossível ficar imparcial sobre o fenômeno político algo "estranho", que culminou com a virada do previsto resultado para as urnas de Sampa, pleito que contava com a chegada de três candidatos praticamente empatados para a decisão eleitoral para a cadeira executiva do cargo de PREFEITO.

A eleição se polarizava entre a conhecida mesmice do PSDB E DO PT, respectivamente nas figuras de JOSÉ SERRA E FERNANDO HADAD, representantes da situação do nosso Estado, da nossa cidade e também do nosso País dos últimos anos; e na possibilidade perigosa, concordo, de algo totalmente desconhecido, o candidato CELSO RUSSOMANO, um defensor do consumidor que parece ter assustado o eleitor apenas na última hora, já que durante toda a campanha eleitoral ele era tido pelas pesquisas de intenção de voto como o candidato favorito pelo eleitor, quase uma fictícia e urgente redenção para Sampa, e quiçá , segundo as pesquisas prévias, já pudesse ser até eleito no primeiro turno eleitoral.

De fato, um candidato que a nós lembrava um pouco da história Collor de Melo, algo desconhecidamente meteórico, sem plataforma política, sem experiência gestora, o que já é praxe entre nós, mas um bonitão cheio das boas intenções, algo que pudesse colar na esperança frente à nossa tão desmotivadora situação de gestão política dos últimos tempos.

Por aqui não se tinha para onde correr.

Ou a abstenção, ou a negação do todo, ou a aventura política, ou a manutenção da mesmice que tão bem conhecemos.

Mas ao que tudo indica a FÉ decidiu a eleição, e pasmem...com dois milhões e meio de nulidade e brancura de votos. Algo assustador.

E não é a toa que dizem que o homem prefere as tragédias às mudanças.

Tudo permanecerá absolutamente igual por aqui.

Depois do fusuê santo, da bipolarização entre as correntes das maiores igrejas do país, e apesar de sermos um ESTADO LAICO, ficou evidente a histórica força das igrejas na manipulação e na condução do destino do Estado.

Tal dinâmica é mais velha que andar para frente, embora pareça que desaprendemos a caminhar com a s nossas pernas do discernimento.

Desde que o mundo é mundo, lá dos remotos tempos da antiguidade, os Reis transmitiam ao povo as suas ordens como vindas dos deuses, sempre enviadas pelos sacro e santos religiosos. É assim até hoje, sem que não nos esqueçamos da força silenciadora do "pão e circo" cada vez mais imponente entre nós.

Tomara a Fé nos faça acertar certeiramente no candidato certo.

Por aqui, agora haveremos de escolher entre o mensalão do PT e a rejeição do PSDB. Mensalão versus rejeição: que rima!

Difícil hein?

Depois ainda há quem acredite que as pesquisas eleitorais são confiáveis...eu apenas sinto claramente que pesquisas, sempre encomendadas pelos maiores interessados nos resultados, são explícitas campanhas paralelas de marketing político tendencioso que mudam os destinos das urnas ao estimularem votos úteis de última hora.

Aliás, votar utilmente eu considero, hoje, uma das atividades mais difíceis deste mundo surreal.

Mas eu acredito que agora vai dar certo porque, como alguém que escreve, sou obrigada a acreditar em conto de fadas...

É por isso que aqui confesso: eu votei no pequeno princípe da moderindade...e não transfiro minha fé que remove montanhas...a absolutamente mais ninguém. Nem por decreto vermelho!

Desvendar minha charada literária fica por conta de quem me lê.

E haja estrelas nessa minha dor de urna.