O julgamento do século e sua importância para a democracia

AnteScriptum

Vez que ao terminar este artigo, o ministro Celso de Melo ainda não havia votado, escrevo esta nota.

Como sabem, ele realmente alinhou seus pensamentos e decisões, aos do ministro relator, Joaquim Barbosa. A seguir, S. Exa. o Ministro Presidente do STF, Ayres Britto, do mesmo modo agiu.

Houve empate, mas Ayres Britto, propôs se aguardasse até a próxima sessão, para que desse tempo aos ministros modificar o que pretendiam (Rosa Weber já havia declarado que mud

aria).

O povo precisa voltar a confiar nos Poderes da República e em suas instituições. Constata-se que tal se iniciará pelo Judiciário, vez que hoje ecoou no Supremo Tribunal Federal a voz da própria JUSTIÇA, através dos ministros em questão. Não há uma só vírgula a ser mudada.

Respeitando o desempenho dos demais ministros, principalmente o de Luis Fux e o de Marco Aurélio Mello, as exposições dos três ministros citados retro, realmente se sobressaem e são condizentes às histórias de suas vidas e aos seus trabalhos como profissionais, que venho acompanhando há anos; têm história e fazem a história.

Mirna C.

Basta de corrupção!

Quer-se JUSTIÇA.

A nação busca resultados positivos para soerguer-se da imundícia antiética na qual tem sido mergulhada pela maioria dos políticos (leia-se ‘politiqueiros’) e seus apaniguados. Movem-se à vontade. Agem como se estivessem nos quintais de suas casas… Fazem por ‘esquecer-se’ de que a ‘res publica‘ (coisa pública) não lhes pertence – mas à nação (entenda-se ‘povo’).

A respeito do assunto, postei hoje, o artigo de Ferreira Gullar: “Tapar o sol” (*), para ser lido por todos os que sabem pensar. Revela o que ocorre – e ocorreu. Desmistifica a inexistente ‘conspiração’ sobre a qual falam os fiéis seguidores – e o próprio Reizinho de Pindorama.

Queiram ou não – a verdade é como o Sol- nuvens podem toldá-lo, mas ele segue brilhando.

Os “Três mosqueteiros tupiniquins” (à avessas): Dirceu, Delúbio e Genoino serão declarados inocentes ou culpados? Ah!… E onde – e quem é ’D'Artagnan’?

Lembro-me de que Dirceu declarara que ‘Lula sabia de suas ações’…

Veio-me à mente Drummond: “E agora José”?

Dois (quatro?…quantos?… ) não consideram as ações dos réus configurem ‘formação de quadrilha‘…’ Dos onze ministros, quantos demonstrarão independência, realmente?

Estão os ministros neste momento a julgar os réus nominados… Sabe-se – e bem – que dois deles tem ‘parti- pris’ - Um, inteligente. Outro, cujo paupérrimo currículo é fundamentado apenas no fato de que advogou para o PT.

Bem: conjecturas não interessam agora. No entanto, resta a curiosa ansiedade de saber como julgarão os ministros, qual será o resultado final, vez que o povo está cansado de ver reinar a impunidade para a maioria dos poderosos, enquanto os ladrões de galinhas, são detidos em celas infectas, desumanas…

Este julgamento e sua conclusão é primacial para o destino da verdadeira democracia no país.

Os Poderes da República não podem ser degradados por homens públicos que fazem dos cargos que ocupam, meios para a obtenção de vantagens pessoais em detrimento flagrante das necessidades primaciais da própria sobrevivência digna de seu povo.

Ouço, no momento, o decano de nosso Tribunal Maior: Min. Celso de Mello. Encantam-me suas sabedoria, entendimento, dignidade, ética. E, sem desmerecer os membros daquele colegiado superior, Celso de Mello, sem dúvida alguma é mestre primus inter pares .

Assim, indico-lhes, amigos leitores, a leitura de sua exposição, pela clareza objetiva, profunda e didática. É verdadeira aula sobre os Valores Democráticos Republicanos.

Aguardemos seu voto. Não há como, no momento ‘ter certeza‘, mas tudo indica que será o que dele se espera – pela história de toda sua vida. Aliás: acabo de ouvir: condenou-os, sim, como sendo criminosos – e componentes de quadrilha… Os demais ministros – que não votaram assim, terminaram por ver seus fundamentos quanto a este assunto, transformarem-se em pó.

(*)http://www.direitossociaisnegados.blogspot.com.br/

Mirna Cavalcanti de Albuquerque Rio de Janeiro, 1º de Outubro de 2012