Brasil, independência relativa
Fernando Bandeira
fernandoluizbcosta@yahoo.com.br
Engenheiro e jornalista
Relativa por quê? Por vários motivos: desde a nossa ‘independência’, o que foi feito para resolver em definitivo o problema da seca no Nordeste? Quase nada. Algumas cisternas construídas a custa de votos e concessões apadrinhadas. Se os ‘políticos’ resolverem o problema da seca em nessa região, muitos donos de carro pipa estarão desempregados, e aqueles que se rotulam de políticos e que usam a seca como trampolim de eleição, estarão com menos uma carta na manga.
Uma população sadia, instruída e nutrida não pede ‘favores’ em época de eleição. E aí fica difícil os candidatos darem ‘esmolas’. Para eles a miséria e o analfabetismo é o ideal. Fica fácil manobrar os eleitores famintos e desenformados. Não entendo como radialistas, apresentadores de programas policiais em TV e outros totalmente despreparados para atuarem na Câmara Municipal ou dirigirem uma capital do porte de Fortaleza, têm a coragem de se candidatarem a vereador ou a prefeito. Pouco trabalho e muita grana são os motivos. Há raras exceções.
Trabalhar com comunicação, não é requisito essencial par a se candidatar a algum cargo político. Há que ter muito preparo, estudo e, sobretudo a alma preparada para tentar minimizar o sofrimento dos mais necessitados. Relatar os crimes cometidos no dia-a-dia é o dever de programas policiais. Não é nenhum favor, são contratados com essa finalidade e, se não o fizerem serão demitidos. Agora, querer faturar mais (R$) através dos nossos bolsos e sem nenhuma formação política, isso é sacanagem. E o pior é quando o apresentador aparece ao lado de um parente pedindo votos, como se ele fosse a bússola com o ponteiro voltado para resolver os nossos problemas; é uma lástima. É muita cara de pau. O que o dinheiro e o poder não fazem!
Oi gente! As eleições se aproximam e, portanto, não se deixem levar somente por propagandas de rádio e TV. Analise o passado político de cada candidato, pesquisem, perguntem – se não, você irá continuar sofrendo, e o pior, aguardando mais quatro anos para as próximas eleições. E tudo continuará como antes: miséria, assistência médica, educação, emprego e segurança, quase nada. Não se esqueça daquele velho chavão: quem avisa amigo é.
É evidente que o circo está nas ruas e, os palhaços fazem de tudo para chamarem a atenção: promessas inatingíveis, sons estridentes de péssima qualidade, santinhos sujando as ruas e, sobretudo a petulância de achar que todos os eleitores são idiotas. Preferível seria se eles fossem verdadeiros palhaços, aqueles que nos fazem rir de alegria em troca de um simples ingresso.