O que a sociedade precisa exigir dos políticos
Estava assistindo o Bom dia Brasil (24/08/2012) e uma matéria me chamou atenção. A reportagem dizia sobra condenação do ex-senador Luiz Estevão que terá de devolver R$ 468 milhões aos cofres públicos da União. O recurso foi desviado da construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, nos anos 1990. O acordo foi assinado nesta quinta-feira (23) entre a Advocacia Geral da União (AGU) e o Grupo OK, de Estevão.
Segundo a matéria, o senador Luiz Estevão, é bilionário e este total da divida que foi acordado entre ele a AGU, corresponde menos de 10% de seu patrimônio. Mas, o que me chamou atenção na reportagem é que ele disse que sua entrada na política era um sonho que completaria em seu currículo de ser humano, pois, sentia um enorme desejo em ajudar o povo através do mandato político. Mas, pelo contrário, sua inserção na política foi para continuar crescer ainda mais seu patrimônio.
Pois bem, por que escrever sobre esta reportagem? Simplesmente, porque estamos em período eleitoral e muitas vezes, o eleitor acaba sendo ludibriado pelo pensamento de que, elegendo um político de boas condições financeiras, seu governo ou mesmo ele não é corrupto, ou seja, devido sua condição financeira não tem necessidade de roubar. Portanto, o exemplo acima, derruba esta tese.
A idoneidade, o caráter, a ética e os valores não estão relacionados à questão financeira, sendo assim, não dá para avaliar um candidato pela sua conta bancaria, seu patrimônio ou mesmo, pela capacidade administrativa de seus bens. O eleitor precisa ser consciente de que a escolha de um candidato deve estar atrelada ao histórico tanto em termos administrativos, porém, mais ainda em seu relacionamento interpessoal e extra pessoal com a sociedade. Ou seja, é fundamental analisar o candidato em seu conjunto e não apenas em alguns requisitos.
Há inúmeros políticos sérios que não possuem fortunas, pelo contrário, são da classe média, e fazem grandes realizações como homens públicos. Políticos que entraram e saíram da política sem acrescentar nada em seus patrimônios, às vezes, alguns recuaram em seus bens. Como também, conhecemos muitos políticos sem recursos financeiros que ao entrarem na vida pública e se tornaram milionários.
O que a sociedade precisa de um gestor e de seus representantes no parlamento é lisura com o bem público. É ter os serviços básicos essenciais funcionando bem. Precisa que o gestor (prefeito, governador, presidente) promova a cidade, estado ou país para que se desenvolva dando qualidade de vida que envolve habitação, saúde, educação, transporte, segurança, lazer, cultura, trabalho, etc. O que a sociedade deseja de seus legisladores é que cumpre suas obrigações que é fiscalizar o executivo, ter percepção das necessidades da sociedade e promovam leis que vão de encontro a estes anseios. Enfim, o que a sociedade exige dos seus governantes não tem nada haver com a questão financeira pessoal deles, mas com o caráter, com capacidade administrava visando sempre promover um governo para todos e não para alguns.