Gaiola invisível

Existem aqueles dias estranhos em que sua mãe está sentindo dores, é levada para um hospital e então... Você nasce! Pensando bem, é estranho pra caramba! Claro que tem todo aquele papo de sobrevivência da espécie, procriação, “deslize”, enfim, se você pode ler esse texto é porque nasceu e entende perfeitamente o momento que estou retratando, ou pelo menos imagina ele. Todos sabemos que a partir do nascimento as variáveis são intermináveis, você pode morrer em 5 segundos, ou em mais de 100 anos, isso só o tempo dirá, mas uma coisa é certa, durante sua vida você se deparará com escolhes fáceis e difíceis, sobre os mais variados assuntos. A isso o ser humano deu o nome de liberdade, ou foi deus que deu o nome de livre arbítrio (essa resposta só descobriremos depois da morte, pelo menos por enquanto).

A grande maioria das guerras foi motivado pela tal da liberdade, seja a liberdade da ganância de um tirano, que desejava ser o rei do mundo, ou a liberdade de escolha de uma população, que desejava mais liberdade, enfim, não preciso citar exemplos de guerras não é?

O fato é, ninguém pede para nascer, não existe essa comunicação, “ovulo>>mulher” ou “espermatozóide>>homem”. Nossos pais se beneficiam do direito de serem livres e transaram (de uma forma ou de outra), e nove meses (ou um pouco menos) depois, chegamos ao mesmo mundo que eles, e aprendemos a viver. Aprendemos ou somos obrigados?

O ponto que quero discutir é: O grande motivador de discussões, a razão para trilhões de assassinatos e atentados horrendos, a tal da liberdade, nos é negada antes mesmo de nosso nascimento, por que então teríamos direito incondicional a ela? Quando nascemos somos obrigados a adotar uma língua padrão, obrigados a nos vestir como nossa “sociedade” achar melhor, e a adotar o regime político vigente no país, e se fizermos o contrario somos chamados de rebeldes ou de anti-patrióticos, também temos obrigação de seguir um código de leis que não concordamos, ou que pelo menos não fomos consultados antes da criação.

Se eu sou livre, também tenho o direito de escolher, pela mina consciência e convicção o que é certo e o que é errado, posso escolher um dia e declará-lo como feriado pessoal, e fazer o que quiser nele. Tenho o direito de ser dono de meu próprio país e nele criar as leis que quiser, ou negar todas as leis já existentes. Mas ai você diz, “se todos tivessem liberdade para fazer qualquer coisa o mundo seria um caos”, e eu não discordo. O que me incomoda é o emprego dessa palavra tão forte em situações que não condizem com seu significado. Nós vivemos em regime de liberdade assistida, ou condicional, podemos fazer QUASE tudo, desde que respeitando as regras de onde você vive. Não temos liberdade, e sim um acordo estabelecido antes mesmo do nascimento, que te obriga viver de maneira que facilite o máximo a sobrevivência de nossa espécie.

Agora uma ultima pergunta, segundo a bíblia nos foi concedido o livre arbítrio, ou seja, a liberdade genuína, fazer o que quiser, quando quiser e onde quiser. Então os primeiros homens viram que liberdade total era uma coisa complicada e criaram regras para organizar a sociedade. Tais regras punem transgressores, e limitam atitudes agressivas a convivência humana, legal, lógico e coerente, aceito completamente as leis humanas e sua finalidade. Mas se deus nos deu a liberdade total de agir, com que razão ele poderia nos punir se agirmos “mal”? E a mesma coisa que se eu der comida a um cachorro e depois espancá-lo por comer, ou de soltar um pássaro em um campo aberto e matá-lo assim que ele tentasse voar. Não sou um estudioso religioso, não sei como todas as religiões se comportam quando o assunto é liberdade, mas cresci em uma família católica, e eu acho os ensinamentos dessa religião um tanto quanto incoerentes e contraditórios, ainda mais quando se é obrigado a seguir as escolhas de seus antepassados.

Rimoli
Enviado por Rimoli em 16/08/2012
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