SUPLENTE DE SENADOR

Este país realmente é surreal. A Constituição Brasileira, Lei Maior, que obriga o cidadão comum a tantas coisas, infelizmente, para tantas outras e tantos outros não é tão exigente assim.

Para efeito de comparação, para ser "médico" e ganhar um "salário de fome" no serviço público, é preciso 6 (seis) anos de estudo na Universidade e mais 2 (dois) anos de residência e passar em concurso público. Para se galgar um "cargo político" e ganhar "salários astronômicos", por exemplo, o "cidadão candidato", basicamente, deverá, tão-somente, não ter "antecedentes criminais"(?) e não ser "analfabeto"(?), sendo necessário, para a maioria dos cargos eletivos (Presidente/Senador/Governador/Prefeito - eleição majoritária; e Deputado/Vereador - eleição proporcional), ser, apenas, votado pelos eleitores para tal.

Ocorre que, nas eleições proporcionais para Deputados e Vereadores, tanto os titulares quanto os seus suplentes têm que receber votos dos eleitores. Já para a eleição de Senador não se faz essa exigência, numa verdadeira aberração, onde se vê, não raro, "Empresários"(?) financiando as campanhas para figurarem como 1º ou 2º "suplentes" e muitas das vezes, por combinação, assumindo o mandato por qualquer motivo de afastamento do titular, sem que tenha auferido nenhum voto para isto.

É o que está acontecendo, agora, no Senado Federal, que, com a cassação do Sr. Demóstenes Torres, o seu 1º suplente, Sr. Wilder Pedro de Morais (DEM-GO), "Empresário"(?), segundo consta, do ramo de Shoppingcenter's, está, assumindo o mandato, sem um voto sequer do eleitorado, e pior, conforme reportagens na mídia impressa, falada e televisada, com envolvimento, também, com o "suposto" contraventor, o Sr. Carlos Cachoeira, que foi o pivô da cassação de seu antecessor. Parafraseando o jornalista âncora da Tv Bandeirantes, "Boris Casoy": "Isto é uma vergonha!"

Se o Senador, titular da vaga, foi cassado por envolvimento com aquele cidadão, o seu suplente não era nem para tomar posse. Com a palavra os senhores Senadores. Será que vamos ter uma nova cassação. Quem viver verá!

Mas num país onde se legisla em causa própria, fica difícil, pois são eles, políticos, que fazem as "Leis", tanto para nós quanto para eles. Quando se trata de atender ao povo, se discute vários meses ou até anos, como no caso da definição do valor "merreca" do salário mínimo de R$ 510,00 (2010) para R$ 545,00 (2011). Quando se trata de atender aos interesses deles, como na definição de regras para eleição ou até para valor dos seus salários, não há discussão e se resolve a questão em cinco minutos, como no caso do aumento do salário de Deputados, Senadores e Presidente da República de R$ 16.000,00 para R$ 27.000,00, em dezembro de 2010.

Selucreh
Enviado por Selucreh em 13/07/2012
Reeditado em 13/07/2012
Código do texto: T3776020
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