Ligaram para me pedir voto
Sexta à noite atendi o telefone e me deparei com um candidato da cidade pedindo voto. Quis aproveitar a oportunidade para perguntar sobre as propostas e qual era a opinião dele sobre a atual gestão. Quis também perguntar se o candidato vai fiscalizar pessoalmente sua equipe de colaboradores para evitar que o material impresso vá parar nas sarjetas e dentro de bueiros. Infelizmente não foi possível, pois tratava-se de uma mensagem gravada.
Fiquei me perguntando sobre a eficácia deste método, de se ligar para várias pessoas, inclusive as que o candidato não conhece, apesar de usar a expressão "seu amigo".
Por isso, quero deixar aqui uma sugestão: prefiram meios de divulgação em que o eleitor possa ter voz ativa. Pode-se pensar em encontros onde o aspirante a político se sente à mesa, junto com eleitores interessados, por exemplo. A propósito: quem dera nunca mais ter que aguentarmos aquelas festas chamadas "comícios", onde os pretendentes ficam lá no alto como superstars inalcançáveis, enquanto nós, eleitores, padecemos aqui no lado de baixo? Além de ficar a sensação de estarmos sendo subestimados, a voz das dúvidas não conseguiria ganhar do som alto dos microfones.
Prefiram a informalidade, o cara-a-cara. Estar no mesmo nível (altura e volume) dos eleitores e estar aberto para receber não apenas apoio, mas também críticas. Inclusive questionamentos sobre a conduta do candidato em cargos públicos exercidos anteriormente.
Aqueles que já enviam ou vão enviar tais mensagens telefônicas, sintam-se à vontade para utilizar o espaço de comentários desta mensagem para justificar o emprego de tal recurso. Será que ainda hoje - com a facilidade que temos para o acesso à informação - existem pessoas que podem ser convencidas com apenas uma mensagem gravada?