Geopolítica do Brasil
Os objetivos da geopolítica brasileira, em grande medida, estiveram sempre voltados para a questão da integração nacional. Nesse sentido, estiveram em pauta discussões como: a melhor forma de ocupação do território; o melhor posicionamento da capital federal; a proteção nas fronteiras; as questões de infraestrutura, dentre outras. Pode-se entender muito bem o porquê de tudo isso, já que vivemos em um país cujas dimensões geográficas são realmente continentais. Portanto, preocupações de cunho estritamente geopolítico sempre fizeram parte de nossos assuntos governamentais.
Segundo os geopolíticos brasileiros, existem 3 grandes áreas de projeção da influência brasileira no âmbito regional. São elas: o Atlântico Sul, a Bacia do Prata e a Região Amazônica. Estas 3 áreas de influência têm, ao longo do tempo, desempenhado maior ou menor atração, conforme o momento histórico.
É notável, por exemplo, a situação de hegemonia geopolítica sustentada pelo Brasil em relação ao continente sul-americano. Por questões que vão desde as colossais dimensões de nossa pátria até o grau de disponibilidade e variedade de recursos que possuímos, o Brasil sempre foi visto pelos seus vizinhos como sendo um líder geopolítico de nascença. Porém, estas possibilidades desenvolvimentistas oriundas do meio nunca foram aproveitadas de maneira inteligente, ou, no mínimo, responsável.
As ambições do Brasil de se tornar uma grande potência não são novas. Desde os primórdios de nossa história temos carregado um fardo que nos obriga, de certa forma, a buscar incessantemente uma posição de maior destaque e poder no cenário internacional. Este fardo é a própria potencialidade inata de nossa nação continental, cujas fontes naturais de recursos são de proporções certamente admiráveis.
Entretanto, essas propensões naturais ao crescimento esbarraram sempre nas questões internas, como, por exemplo, nas disputas políticas pelo poder e em outros tantos entraves socioeconômicos. Ao analisar-se a história recente de nosso país, verifica-se que as grandes potencialidades de nossa terra sempre estiveram sujeitas a instabilidades domésticas que, por fim, acabam por atravancar - e muito - os nossos intentos desenvolvimentistas.