Cai Fernando Lugo da Presidência Paraguaia, Mercosul suspenderá o país dos órgãos do bloco
Surpreendi-me com a notícia dada pelo site G1, em sua página principal, veiculando que os representantes do Mercosul acham o país vizinho "desprovido de democracia" para participar de certos trâmites da organização. Explico o porque disso.
Convivo no Paraguai de tempos em tempos desde 2008 quando iniciei o curso de mestrado. Ano em que Lugo assumiu a presidência, diga-se de passagem, após mais de meio século da situação ter se apoderado de Asunción e todo o país. Os pouco mais de 6 milhões de paraguaios à época clamavam por uma organização social mais justa, o Brasil facilitou a rentabilidade da Itaipú Binacional, enfim quando tudo parecia caminhar bem, já começam as denúncias de que Lugo, ex-bispo, não poderia governar o país. E sucederam escândalos, paternidades não confirmadas, etc. Em um país pobre, o povo só precisava de atenção social e melhor distribuição da renda e de postos de trabalho. Já não suportaria mesquinharias e assuntos pormenores que pudessem atrapalhar seus planos. O país vive assolado desde a época de Marechal Lopes e a guerra do Paraguai, dos quais diga-se de passagem, com colaboração brasileira para o desastre político.
Não fazendo apologia à Lugo, mas não seria tão diferente assim dos ditadores como Stroessner. Talvez uma reforma política como nós também precisamos, a estrutura das intendências municipais (que se assemelham a nossas prefeituras) e um processo eleitoral menos expositivo da mesma forma.
Finalmente faltando dez meses para as próximas eleições de abril do vindouro, eis que surge o termo a nós familiar: "impeachment". Vamos analisar as reais intenções... Por enquanto o que sabemos, é que o partido do vice que havia quebrado com o governo pouco antes, toma a frente com Federico Franco, ex-governador da província central, médico, com a mesma intenção e promessa de lavar a alma da dita tentativa de renovação Luguista.
Quero dizer que o Mercosul está equivocado. O Paraguai é mais uma vítima do sistema antiquado que teimamos em sustentar na América do Sul. O tal acordo de livre comércio com a China talvez seja uma boa saída momentânea. Agora, impedi-lo de fazer parte do que sempre fez, não é uma boa, nos tornamos irmãos e parceiros, apenas no meu ramo descrito, eram mais de 4 mil brasileiros (isso dados de 2010) em cursos de pós-graduação no Paraguai, e isso que nossa pátria não convalida títulos automaticamente e nem dá condição digna docente para tal.
Com isso a reunião de Mendonza assim o decidiu. Será que a crise da União Européia ainda não nos deu a lição? Enquanto isso o grupo se aproxima da Venezuela e de Chávez, por conseguinte... Veja onde vão parar os despropósitos...