Na ponta da espada.

Engraçado como a história muda (tão rápido) e “a toque de caixa” quando as oligarquias são contra. Isso acontece em qualquer setor, não precisa ser Governo, bastando que haja uma organização razoavelmente instituída, para que as interferências políticas impliquem alternância quando os interesses colidem com o poder que está concentrado em grupos de poder.

O Paraguai, com esse impeachement de Fernando Lugo, do dia para a noite, está reprisando para o mundo, o quanto o poder de alguns (poucos) é impetuoso quando se quer o bem somente daqueles que possuem a espada na mão.

Trata-se de um país que, entre poucos, acumula a maior ditadura já vista na história. O General Stroessner governou o Paraguai de 1954 a 1989 e nunca se viu alguém contestar sua ingerência governamental, a não ser quando teve seu declínio movido pela ascendência política do continente sul americano.

Para quem não sabe o General Stroessner tomou o governo Paraguai de Federico Chávez em 1954, através de um golpe de Estado. Daí em diante ele ficou 35 anos frente ao Governo, só conseguindo vencer, em termos de tempo de ditadura, o invencível Fider Castro, de Cuba.

Entretanto, em 1989, sofreu o peso de sua escola ditatorial, ao receber golpe de Estado, em face da liderança de outro General, Andrés Rodríguez, que pertencia à sua família, já que seu opositor era seu co-sogro.

Assim, o Presidente Fernando Lugo é produto genuíno da democracia exaltada pelo povo paraguaio que, até então, nunca tinha sido experimentada pelas lideranças políticas do nosso país vizinho. Fernando Lugo ficou pouco no Governo, porque, certamente, convivia com uma escola de líderes reacionários que aprenderam a fazer política pela força.

A quebra da democracia está explicitamente demonstrada pelo embargo político e econômico que esse impeachement tem recebido da comunidade sul-americana. Aliás, esse ‘bota fora’ de Fernando Lugo foi intitulado de impeachement porque se trata de uma força legítima que a democracia dispõe para impor a força popular. Entretanto, há uma máscara que sobrepõe essa força democrática, visto que ela foi imposta e não obedeceu aos mínimos critérios reservados para a espécie. É por isso que os outros países sul-americanos condenaram a saída de Fernando Lugo, porque ele foi eleito pela força popular do voto e saiu do Governo pela força da espada política de poucos.

Assim, só nos resta, como vizinhos, ver o povo irmão amargar mais uma cruz na sua história, porque, convenhamos, a ditadura só serve a grupos, mas, jamais ao povo, tanto é assim que o Paraguai tem e menor taxa de desenvolvimento da América latina.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 25/06/2012
Reeditado em 25/06/2012
Código do texto: T3744249