OS SALÁRIOS NO BRASIL
 
        Durval Carvalhal



Trabalhadores, pessoas - csp4836332



         Os salários, no Brasil, são de uma discrepância gigantesca, injusta e torturante. A imprensa tem divulgado esta grande distorção salarial, mas não tem sido suficientemente forte para elevar a consciência política do brasileiro.
          A começar pelos salários dos professores, profissionais de alta relevância para a civilização de um povo e para o desenvolvimento de um país.
          Essa deformação passa pelas forças militares que são o escudo da sociedade, sem o qual, a vida torna-se inviável pela barbárie.
          Passa também pelos médicos, categoria sacerdótica na sua nobre missão de salvar e cuidar da vida humana.
          Os funcionários públicos sofrem com seus vencimentos. São até impedidos de se aposentar, porque, além de não terem direito ao FGTS, ainda perdem metade do que ganham, posto que seus vencimentos são compostos de baixo salário base mais vantagens diversas; vantagens que desaparecem, quando se aposentam.
          Os demais trabalhadores também trabalham cinco meses de graça para o governo arrecadar uma fábula, e só a partir de junho trabalham para si em troca de modesto salário para viver com dificuldades, que aumentam com a aposentadoria.
          E termina pelo estamento político que, no Brasil, é apontado pela Transparência Brasil como o mais caro do mundo, percebendo-se valores que beiram à imoralidade, ao escárnio e à humilhação ao povo trabalhador.
          Calcula-se que um senador da República custa mais de 30 milhões por ano; um deputado federal ponga no mesmo trem, diferentemente dos outros países, como Espanha, que paga a um parlamentar menos de um milhão anualmente.
          O Congresso Nacional brasileiro é a mãe da injustiça e da distorção salarial. É o pináculo do luxo com o dinheiro público.
Frise-se que “Para dirigir carros oficiais, por exemplo, um motorista do Senado ganha até R$ 19 mil, enquanto o comandante de fragata da Marinha recebe R$ 8 mil. Na Câmara, há ascensorista recebendo R$ 10 mil para pilotar elevador; na FAB, um piloto de combate Mirage percebe R$ 7.428 por mês. Bruto”.
          Nas assembleias legislativas, o destempero salarial equivale a 75% da Câmara Federal, cuja facilidade de os deputados manusearem os recursos públicos permite gastos absurdos e sem necessidade de comprovação fiscal.
          Para a construção de uma sociedade fraterna, justa e solidária, é preciso elevar o nível da educação, para desenvolver o espírito crítico do cidadão, a fim de que ele não venda seu voto; pelo contrário, valorize-o e adote critérios de escolha de candidato que analisem o perfil do político, sua vida pregressa, ou sua trajetória política, suas propostas de trabalho; sua sinceridade e, sobretudo, acompanhe as ações dos parlamentares, porque, devamos aprender, definitivamente, que a qualidade de uma sociedade é diretamente proporcional à qualidade de seus políticos.
          Que a partir de agora, tenhamos mais inspiração, mais responsabilidade e boa sorte nas futuras eleições, e lutemos pela reforma da estrutura política no País, reduzindo-se o número de políticos, dos seus salários e demais privilégios.

 
Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 15/06/2012
Reeditado em 01/01/2013
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