Parlamentares e governantes: Cadê os ônibus adaptados e outros benefícios para pessoas com deficiência menos favorecidas?
Nobres parlamentares e governantes: Cadê os ônibus adaptados e outros benefícios para as pessoas com deficiência menos favorecidas?
Acompanho nas redes sociais pessoas com deficiência cobrando cada vez mais a acessibilidade. Esta cobrança é o carro chefe das reivindicações e é um dever do poder público oferecer esse tipo de serviço a todo segmento, uma vez que também poderá beneficiar pessoas da terceira idade e outras situações.
Um país que se preocupa com estas políticas públicas, por certo está cumprindo seu papel e zelando pelos seus cidadãos… Por outro lado tenho percebido que estas cobranças são feitas com mais afinco por uma parcela da população mais esclarecida e com um melhor poder aquisitivo, e acabam focando sempre num ponto especifico, esquecendo que as necessidades de uma pessoa com deficiência vão além da acessibilidade, compra de veículos com isenção fiscal, vagas para estacionamento. ..
É preciso lembrar que no universo da deficiência existem pessoas que precisam e sofrem por falta de recursos básicos. No entanto estas questões são deixadas para trás e não são consideradas prioritárias pelo poder público, que ainda faz vista grossa. Vemos também que nossos representantes políticos, principalmente alguns que são pessoas com deficiência, acabam focando também na questão da acessibilidade e se esquecem de reivindicar por itens básicos que a maioria das pessoas com deficiência necessita.
Quanto às pessoas com deficiência que tem um melhor poder aquisitivo, ou seja, podem adquirir uma cadeira de rodas de última geração, podem comprar um carro e adaptar, tem convênio médico e recursos para o trabalho e lazer, é evidente que estas não estão preocupadas em lutar por um ônibus adaptado, por um melhor serviço de saúde, pela entrega gratuita e sem burocracia de próteses e cadeiras de rodas de qualidade para pessoas que não tem estes mesmos recursos. “Por isso não são solidários” em somar com os menos favorecidos, em cobrar dos nossos representantes parlamentares, órgãos governamentais… Agindo assim, caracteriza uma “postura de egoísmo”.
O mesmo acontece com parlamentares com deficiência e que tem um melhor poder aquisitivo, eles também não se esforçam em criar projetos de lei, como por exemplo, a inclusão escolar sem estes traumas que passam as famílias quando vão em busca de matrículas para seus filhos em escolas estaduais e municipais. Esses parlamentares não se preocupam em exigir do Governo Federal o fim deste cálculo do INSS de 25 % da renda per capita em fornecer o benefício LOAS as famílias que cuidam de pessoas com patologias crônicas que as impedem de trabalhar. Pois o correto seria ver a necessidade financeira individualmente.
Está na hora de ativistas que defendem os direitos das pessoas com deficiência, parlamentares que também são deficientes e políticos não deficientes, pararem de usar a MÍDIA com discurso demagogo… Políticos dizendo que vão defender os direitos do segmento apenas com interesse de votos. Vamos acabar com esta cultura e fazer menos MÉDIA NA MÍDIA, com menos posturas de estrelismos e respeitar as pessoas que tanto sofrem por falta das políticas públicas e sociais, que é um direito de todo cidadão. Precisamos sim, de representantes que tenham uma visão universal, com coerência… Não precisamos de representantes que apenas têm interesses específicos numa parcela do segmento e/ou interesse pessoal e político partidário.
Texto: Deoclécio Oliveira pai de uma jovem com paralisia cerebral.
Postado por Vera Garcia 08/06/2012
Editora do Blog Deficiente Ciente
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