A espera que marginaliza um povo

Onde fica o Pará? A resposta para essa pergunta deve ser longe, muito longe de qualquer lugar. Só pode ser isso, ou não estaríamos vendo tantas pessoas pedindo ajuda e, ainda sem receber sequer uma visita de cortesia.

A situação mais grave foi detectada na região do Baixo Amazonas. Em Oriximiná, 3.283 famílias já foram afetadas pelas cheias do rio Tapajós este ano, com o registro de treze edificações destruídas. O segundo município mais afetado foi Alenquer, que tem atualmente 3.123 famílias afetadas e 29 desabrigadas.

Em seguida, os municípios que têm mais famílias afetadas são Óbidos (2.268 famílias), Prainha (1.968), Porto de Moz (1.892), Almerim (1.692), Terra Santa (1.060) e Curuá (645). Ainda tem Monte Alegre e Santarém onde Alter do Chão, o Caribe brasileiro está submerso há quatro meses.

Os números foram divulgados hoje em um relatório conjunto feito pelo Governo do Estado, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Os dados servirão como base para uma operação de ajuda a essas localidades, algo como alimentos, água potável, madeira para agilizar a construção de abrigos entre outros. Ajuda tardia, mas ajuda se levarmos em consideração que Santarém sobre com as cheias do Tapajós desde o início do ano.

Mas diante de tantos desabrigados a população deve estar se perguntando, “Onde estão as autoridades”. O fato é que até agora não se viu nada de concreto quanto a socorro a essas vítimas que ano após ano sofrem por morarem em cidades onde a força da natureza é quem decide o curso da vida.

Em Brasília os problemas com as CMPIs que não saem do papel, tão pouco resolvem alguma coisa tomam a agenda da presidente, que mesmo diante dos pedidos de prefeitos, vereadores e deputados, viajou muito para fora do país, mas ainda não sabe onde fica o interior do Pará.

Afinal, onde será que fica o Pará?