O Custo das Campanhas Eleitorais


Fechadas as urnas do segundo turno das eleições de outubro último, computados votos gerando sorriso e festa entre os vencedores, tristeza e lágrimas entre perdedores, vivenciado o período de eleições onde declamamos as noções ilusões coletivas, onde as utopias são servidas como prato do dia. Vem a hora de cair na real,o eleitor saí do seu papel de noiva cortejada, e volta a sua realidade de cidadão mal servido e contribuinte atacado. Da parte das máquinas políticas donas dos dramas encenados, saem os atores, e surgem como personagens reais, os eleitos. E então eis que a ‘festa’ mesmo com todos os recursos doados pelo poder público e setor privado, com horários gratuitos e tudo mais, eis que surge aquele ‘negócio’ desagradável : a conta. A realidade é um problema grave, as coisas para funcionar precisam de orçamento, que para não complicar muito a explicação, é aquilo que se tem para gastar e o que se gasta. Do lado vencedor a instituição partidária PT apresentou um saldo deficitário, que no dia 06/11/2010, se dizia ser algo entre 20 a 30 milhões, perceba um diferença em favor da dúvida de 10 milhões, ou seja, não se sabe gastou 10 milhões mais ou 10 milhões menos, é claro que poderia se alegar que num gasto total que 170 milhões que foi o custo da campanha é menos de 10%, mas afinal o que são 10 milhões, apenas para se ter uma idéia mais concreta são 200 casas populares. Não, este não é o custo da campanha, é a dúvida. A campanha custou 3400 casas populares, ou aproximadamente 7000 carros populares, são só contas redondas. O déficit não é exclusivo do vencedor, também o perdedor tem um, o PSDB cujo o custo da campanha foi de 140 milhões, tem ‘buraco’ nas contas de 10 milhões, tamanho da dúvida do PT, e duas ou três vezes menor. Seja lá como for o custo das duas campanhas foi algo em torno de 310 milhões de reais, e deixou um descoberto, aquilo que alguns chamam de rombo que segundo os dados é no mínimo de 30 e no máximo de 40 milhões de reais. Como pagar? Hora de entrar em cena o desinteressado patriotismo empresarial, que ciente de seus deveres cívicos ficarão felizes de além de pagar uma montanha de impostos, abrirem mão de mais um tanto de recursos, em especial se for para doar as vencedores, tudo dentro do mais profícuo idealismo, neste sentido cabe destacar o setor de construção, este parece ser o mais patriota, afinal 54% dos parlamentares eleitos foram com recursos do setor. Bem ironias e sarcasmos a parte, o fato é que se precisa começar a pensar em um meio melhor para se produzir o financiamento das campanhas, é claro, que existe a sugestão de que os impostos a financiem, em que pese já haverem recursos para os partidos, e a classe política ser muito bem remunerada, mas por que não se pegar um pouco mais, depois é só aumentar um pouco mais os impostos, afinal o eleitor iludido é o contribuinte que paga.

Professor da UNIFAE, centro universitário em São João da Boa Vista-SP. Ex-Presidente do IPEFAE (2007/2009). Economista pela UNICAMP, pós-graduado em Economia de Empresas UNIFAE, com Mestrado Interdisciplinar em Educação, Administração e Comunicação pela UNIMARCO. Doutorando em Educação pela UNIMEP Comentarista Econômico da TV UNIÂO. Membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista-SP, Cadeira nº06, Patrono Mario Quintana.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 30/04/2012
Código do texto: T3642015
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