A Meta do Combate à Fome
Ao final do século passado, foram estabelecidas pela ONU as denominadas metas, dentre elas, com relação ao combate à fome, os números da época, referindo-se ao período 1990-1992, é que 20% da população mundial era composta por pessoas subnutridas. A meta a ser atingida era que em 2015 este percentual fosse reduzido para 10%, o que dentro das projeções significariam algo em torno de 400 milhões de pessoas.
Quanto a isto, uma boa notícia no que tange a conscientização de uma visão mais solidária de mundo, em especial por não se referir unicamente a aspectos teóricos, mas ser antes ação efetiva, neste sentido, segundo dados apurados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgados em 07/09/2010, o número de pessoas subnutridas no mundo teve a primeira queda em 15 anos no último ano, e foram de 1,023 bilhão para 925 milhões, trata-se de uma redução de 98 milhões de pessoas, ou seja 9,6%, no total de subnutridos do mundo.
Numa análise mais pormenorizada no que tange a distribuição do citado grupo, segundo estimativas feitas pela própria FAO, em termos continentais a maior concentração de subnutridos está na Ásia, mais especificamente na região do Oceano Pacífico, trata-se de algo em torno de 578 milhões, neste grupo estão países como Bangladesh, China, Índia, Indonésia e Paquistão, sendo que mais de 40% estão em dois dos atuais líderes de crescimento: China e Índia.
Em segundo lugar, em termos absolutos aparecem a América Latina e o Caribe, com 80 milhões de subnutridos, somente depois em terceiro surge a África subsaariana com 53 milhões.
A citada entidade avalia que a principal causa que levou a este resultado foi principalmente a expectativa de retomada do crescimento econômico, de modo mais destacado em países em desenvolvimento. Isto porque a renda está crescendo mais rápido nas economias emergentes do que nos países desenvolvidos, e segundo projeções da FAO, 98% das pessoas subnutridas vivem justamente em países em desenvolvimento. Outro fator foi a queda no preço de alimentos ocorrida a partir de meados de 2008, em especial no preço dos cereais por conta das safras recordes dos dois últimos anos consecutivos.
Seja lá como for, embora a situação atual apresenta bem-vinda melhoria; a realidade é que ainda existem quase 1 bilhão de subnutridos no mundo, o que significa que falta aproximadamente reduzir em 600 milhões até 2015 para se atingir a meta proposta, o que seria uma redução de 120 milhões ao ano, até atingir 2015, uma tarefa que não é pequena, dado que a redução que aqui destacamos foi de 98 milhões. Há que se aumentar em 20% ao menos este número. Para tanto a própria FAO sugere as seguintes medidas: os governos devem investir mais na agricultura, além de expandir redes de segurança e programas de assistência social, completando tal esforço estimulando atividades que geram renda para as áreas rurais e urbanas mais pobres e por fim, criar mecanismos adequados capazes de lidar com situações de crise, visando claramente proteger as populações mais vulneráveis.
Algo interessante de se notar é que os efeitos da fome trazem embutidos custos para todos os países. Neste sentido a agência humanitária ActionAid, avalia, ao considerar uma amostra de 28 países em desenvolvimento, que este custo é em torno de 450 bilhões de dólares por ano, a este respeito diz sua presidente, Joanna Kerr, "Combater a fome agora será 10 vezes mais barato que ignorá-la", ou seja, além de ser uma ação humanista implica uma melhor utilização dos recursos. Pela a citada agência faz também um comparativo entre os países que compõem a amostra, em alguns quesistos, e no que tange o combate à fome, entre os 28 países, pelo segundo ano o Brasil é o líder. Tal destaque fica diretamente associado aos efeitos benéficos de programas como o Bolsa Família e o Fome Zero, entretanto, se este é ponto positivo existe um negativo o Brasil na mesma amostra: é o anti-penúltimo o estímulo à produção nas pequenas propriedades agrícolas, o que em parte nos leva a imaginar que o ideal seria um equilíbrio, pois se os primeiros programas visam o assistencialismo, o outro visa emprego e produção. O fato é que o mundo começa a equilibrar atributos da vida individual, com aspectos sociais da coletividade, o que é muito positivo para o ser humano.
Autor - Gilberto Brandão Marcon, Professor e Pesquisador da UNIFAE, Ex-Presidente do IPEFAE (2007/2009), Economista graduado pela UNICAMP (1982/1985), pós-graduado 'lato sensu' em Economia de Empresas pela FAE (1986/1988), com Mestrado Interdisciplinar em Educação, Administração e Comunicação pela UNIMARCO (2006/2008), Comentarista Econômico TV União, Escritor, e com aperfeiçoamento como aluno especial no Mestrado de Filosofia da UNICAMP na área de Filosofia da Psicanálise (2002/2003). Membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista, Cadeira nº 06, Patrono: Mario Quintana.
Ao final do século passado, foram estabelecidas pela ONU as denominadas metas, dentre elas, com relação ao combate à fome, os números da época, referindo-se ao período 1990-1992, é que 20% da população mundial era composta por pessoas subnutridas. A meta a ser atingida era que em 2015 este percentual fosse reduzido para 10%, o que dentro das projeções significariam algo em torno de 400 milhões de pessoas.
Quanto a isto, uma boa notícia no que tange a conscientização de uma visão mais solidária de mundo, em especial por não se referir unicamente a aspectos teóricos, mas ser antes ação efetiva, neste sentido, segundo dados apurados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgados em 07/09/2010, o número de pessoas subnutridas no mundo teve a primeira queda em 15 anos no último ano, e foram de 1,023 bilhão para 925 milhões, trata-se de uma redução de 98 milhões de pessoas, ou seja 9,6%, no total de subnutridos do mundo.
Numa análise mais pormenorizada no que tange a distribuição do citado grupo, segundo estimativas feitas pela própria FAO, em termos continentais a maior concentração de subnutridos está na Ásia, mais especificamente na região do Oceano Pacífico, trata-se de algo em torno de 578 milhões, neste grupo estão países como Bangladesh, China, Índia, Indonésia e Paquistão, sendo que mais de 40% estão em dois dos atuais líderes de crescimento: China e Índia.
Em segundo lugar, em termos absolutos aparecem a América Latina e o Caribe, com 80 milhões de subnutridos, somente depois em terceiro surge a África subsaariana com 53 milhões.
A citada entidade avalia que a principal causa que levou a este resultado foi principalmente a expectativa de retomada do crescimento econômico, de modo mais destacado em países em desenvolvimento. Isto porque a renda está crescendo mais rápido nas economias emergentes do que nos países desenvolvidos, e segundo projeções da FAO, 98% das pessoas subnutridas vivem justamente em países em desenvolvimento. Outro fator foi a queda no preço de alimentos ocorrida a partir de meados de 2008, em especial no preço dos cereais por conta das safras recordes dos dois últimos anos consecutivos.
Seja lá como for, embora a situação atual apresenta bem-vinda melhoria; a realidade é que ainda existem quase 1 bilhão de subnutridos no mundo, o que significa que falta aproximadamente reduzir em 600 milhões até 2015 para se atingir a meta proposta, o que seria uma redução de 120 milhões ao ano, até atingir 2015, uma tarefa que não é pequena, dado que a redução que aqui destacamos foi de 98 milhões. Há que se aumentar em 20% ao menos este número. Para tanto a própria FAO sugere as seguintes medidas: os governos devem investir mais na agricultura, além de expandir redes de segurança e programas de assistência social, completando tal esforço estimulando atividades que geram renda para as áreas rurais e urbanas mais pobres e por fim, criar mecanismos adequados capazes de lidar com situações de crise, visando claramente proteger as populações mais vulneráveis.
Algo interessante de se notar é que os efeitos da fome trazem embutidos custos para todos os países. Neste sentido a agência humanitária ActionAid, avalia, ao considerar uma amostra de 28 países em desenvolvimento, que este custo é em torno de 450 bilhões de dólares por ano, a este respeito diz sua presidente, Joanna Kerr, "Combater a fome agora será 10 vezes mais barato que ignorá-la", ou seja, além de ser uma ação humanista implica uma melhor utilização dos recursos. Pela a citada agência faz também um comparativo entre os países que compõem a amostra, em alguns quesistos, e no que tange o combate à fome, entre os 28 países, pelo segundo ano o Brasil é o líder. Tal destaque fica diretamente associado aos efeitos benéficos de programas como o Bolsa Família e o Fome Zero, entretanto, se este é ponto positivo existe um negativo o Brasil na mesma amostra: é o anti-penúltimo o estímulo à produção nas pequenas propriedades agrícolas, o que em parte nos leva a imaginar que o ideal seria um equilíbrio, pois se os primeiros programas visam o assistencialismo, o outro visa emprego e produção. O fato é que o mundo começa a equilibrar atributos da vida individual, com aspectos sociais da coletividade, o que é muito positivo para o ser humano.
Autor - Gilberto Brandão Marcon, Professor e Pesquisador da UNIFAE, Ex-Presidente do IPEFAE (2007/2009), Economista graduado pela UNICAMP (1982/1985), pós-graduado 'lato sensu' em Economia de Empresas pela FAE (1986/1988), com Mestrado Interdisciplinar em Educação, Administração e Comunicação pela UNIMARCO (2006/2008), Comentarista Econômico TV União, Escritor, e com aperfeiçoamento como aluno especial no Mestrado de Filosofia da UNICAMP na área de Filosofia da Psicanálise (2002/2003). Membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista, Cadeira nº 06, Patrono: Mario Quintana.