MARCAS QUE MARCAM

A prefeita da Cidade do Natal, Micarla de Sousa escolheu uma borboleta como o símbolo para marcar sua trajetória na política potiguar. A palavra borboleta é de origem eslava e significa “aquele que fica famoso através da luta”. A borboleta também é considerada como símbolo de rapidez e de transformação; de um novo começo.

A psicanálise moderna vê na borboleta um símbolo de renascimento. Na simbologia "borboleta" significa alma, libertação, sorte, sensualidade. No Japão, a borboleta está associada à mulher e duas borboletas indicam felicidade matrimonial.

Escolher um símbolo para lembrar seu nome, suas ações e seu lema de governo é uma prática comum entre os políticos. Os símbolos usados durante as campanhas e enquanto eles permanecem no poder, tanto podem ser representados pela figura de um animal, como por uma frase. A figura de Aluísio Alves, por exemplo, será sempre associada a um bacurau, enquanto a palavra “marajá” remete nossa lembrança ao ex-presidente e hoje Senador da República, Fernando Collor de Melo.

Analisando a trajetória política e administrativa de Micarla de Sousa, verificamos que ela não escolheu bem o símbolo para representá-la, porque como gestora, ela em nada lembra luta, transformação ou renascimento. Diante do caos no qual a Borboleta transfigurou a Cidade do Natal, o símbolo que melhor a representaria seria a imagem de um gafanhoto, tamanho é o destroço no qual se encontra a cidade que ela administra.

Acredito que a imagem do gafanhoto a simbolizaria muito bem, porque, além de ser verde, cor do partido da prefeita, ele também é detentor de uma fúria destruidora sem limites, característica que o transforma no terror dos agricultores. De acordo com o Dicionário Michaellis, o gafanhoto é um inseto da ordem dos Ortópteros, de antenas curtas, que se caracteriza pela grande voracidade, causando grandes estragos às plantações.

Foi justamente isso que aconteceu com Natal, tão logo Micarla assumiu o comando da Prefeitura Municipal. A cidade, que mais parecia uma “casinha de bonecas”, hoje, desse período, só guarda mesmo as “lembranças de Bartô”. Tal qual um gafanhoto, a Borboleta saiu destroçando as obras deixadas por Carlos Eduardo, que além de funcionarem bem, enfeitavam a Cidade.

Um exemplo claro disso foi o estrago que ela promoveu junto às estações de transferência, com a desativação do serviço e destruição dos espaços, transformados em meras paradas de ônibus pintadas de verde.

Pergunto-me dia após dia, o que ela ganhou com a desativação do Parque da Cidade. Se havia algum problema com o espaço, ela deveria ter consertado, deixando-o em condição de receber visitantes como era antes dela assumir a Prefeitura. Afinal, trata-se de um lugar bonito, e que desperta o interesse da população em conhecer.

E tudo isso sem contar com o desmantelo verificado nos mais diversos bairros de Natal. No Planalto, por exemplo, algumas ruas se encontram intransitáveis, tomadas por lixo, lama e pelo matagal que se forma no meio das avenidas. Os buracos espalhados pelas ruas ficarão na mente dos natalenses e, assim como os gafanhotos, sempre serão ligados ao nome de Micarla.