CASTIGO DIVINO

A cada dia cresce o número de integrantes de uma comunidade do Orkut, cujos membros consideram a prefeita de Natal, Micarla de Sousa, como a pior do mundo. Justamente por causa do número crescente dos descontentes com a atual administração, penso ser pouco provável que a Borboleta tenha a cara de pau de disputar uma reeleição no próximo ano. Os jornais, porém, noticiam que já foram iniciadas as articulações políticas visando à recondução da dita cuja, ao Palácio Felipe Camarão.

A Cidade do Natal - outrora orgulho de um povo – transformou-se em algo deplorável, inóspito, mal tratado; lugar no qual ninguém sente prazer em habitar. Jamais se viu Natal tão suja, esburacada e mal cheirosa como nessa administração, em que as coisas só funcionam a contento nas propagandas oficiais. Até parece que a cidade e o povo que aqui reside está submetido a um dos castigos divinos.

Micarla, que se aboletou na Prefeitura do Natal adotando o discurso de empresária competente, mulher, esposa e mãe extremosa, que iria cuidar da cidade como se fosse sua própria casa, revelou-se inábil e completamente despreparada para conduzir os destinos da Cidade que viu nascer Luiz da Câmara Cascudo.

Sua primeira atitude ao assumir a prefeitura foi brigar com diversos segmentos sociais, para ter o privilégio de implantar o nepotismo na sua administração, através da contratação de sua irmã, Rose de Sousa. Dizia que, precisava de alguém de sua confiança para assumir o comando da Semtas, e que sem a irmã não teria condições de administrar Natal. Rose foi sabatinada pelos vereadores na Câmara Municipal, mas ficou no cargo apenas dois anos, de onde se afastou para disputar uma vaga na Câmara Federal, mas acabou sendo derrotada.

A atitude de Micarla exigindo a presença da irmã na sua administração deixa margens para se pensar que sua preocupação, na verdade, era outra: iniciar sua irmã na vida política. Quebrou a cara, porque o povo preferiu votar em Paulo Wagner. Rose, por sua vez, entrou e saiu da administração da irmã, mas sua presença ou ausência, nem chegou a ser notada pela população potiguar, porque não influiu nem contribuiu para coisa alguma.

Lembro muito bem que no início de sua administração, a Borboleta criticava várias ações praticadas pelo seu antecessor, Carlos Eduardo. Uma dessas críticas era relacionada ao fato de Carlos Eduardo ter transferido as contas-correntes dos servidores municipais, da Caixa Econômica para o Banco do Brasil. Um equívoco, segundo ela, que seria corrigido na sua gestão. Não foi e a promessa acabou sendo esquecida por quantos a ouviram.

A desativação da maternidade estabelecida no bairro de Lagoa Seca foi outra medida tomada por Carlos Eduardo e severamente criticada por Micarla, que prometeu restabelecer seu funcionamento assim que assumisse o cargo de prefeita. A promessa foi cumprida e a maternidade foi reaberta, porém não funciona por falta do material necessário ao atendimento das pacientes.

A única coisa que funciona nessa administração são os cursos de informática oferecidos pelos Telecentros Comunitários - a menina dos olhos da Borboleta. Mas, até mesmo esse serviço corre um sério risco de ser suspenso, porque funcionando como um cabide de empregos, os instrutores dos Telecentros levam até quatro meses para receber os salários. Nem mesmo os Micarlistas juramentados agüentam trabalhar sem receber o salário.

Felizmente o número de pessoas beneficiadas com esse serviço é insuficiente para permitir que a Borboleta seja reeleita. Mas, por via das dúvidas, já existe um batalhão de pessoas rezando para o Padre Cícero Romão Batista, participando de terços, novenas, fazendo promessas e acendendo velas de sete dias para que o povo potiguar não receba o castigo de ter Micarla outra vez na Prefeitura do Natal, porque pior do que a administração dela, só mesmo ser submetido a um castigo divino. Ave Maria...