CONTRA-REVOLUÇÃO NECESSÁRIA OU A DESORDEM E O EXTERMÍNIO DE INOCENTES?
Por: Alessandro Barreta Garcia
Mestre em Educação
Historiadores brasileiros de forma parcial entendem o regime militar democrático (no qual proporcionou nossa democracia hoje), como um golpe contra a liberdade. Por outro lado, esta visão nebulosa da história brasileira não parece estar arraigada em fatos concretos e sim em propaganda ideológica tal qual afirma o filósofo brasileiro Olavo de Carvalho. Ademais o desenvolvimento econômico do Brasil neste período é um dos melhores de nossa história. Nesse sentido, Paim (2000) aponta o quadro geral de desenvolvimento brasileiro naquela época:
Além de ocupar-se da infra-estrutura econômica, o Estado decidiu tornar-se também grande produtor de aço, chegando a oferta nacional a ultrapassar 25 milhões de toneladas. O monopólio que se imaginava devesse abranger a extração de petróleo, para tornar o país auto-suficiente, consolidou-se no transporte e no refino (PAIM, 2000, p. 160).
O Brasil assumia no final dos anos 70 a oitava posição entra as potencias econômicas. No entanto, antes que isso ocorresse o Brasil sofre sérios problemas com o perigo vermelho (os comunistas). Segundo Correia Neto (2010), era preciso impedir o avanço dos comunistas que se chegassem ao poder instalariam o regime comunista ditatorial e impiedoso. Com os mortos pelo comunismo nos países abaixo é possível imaginar o grande perigo que nos rondava. Conforme alguns números sugeridos por: Stéphane Courtois e outros (1999), as mortes na URSS, chegaram a 20 milhões, China, 65 milhões de mortos, Vietnã, 1 milhão de mortos, Coreia do Norte, 2 milhões de mortos, Camboja, 2 milhões de mortos, Leste Europeu, 1 milhão de mortos, América Latina, 150.000 mortos, África, 1,7 milhão de mortos, Afeganistão, 1,5 milhão de mortos.
Já conforme Carvalho (2009), os Mortos pelo Comunismo podem se estender em: China, 76.702.000 mortos entre 1949 e 1987, URSS, 61.911.000 mortos entre 1917 e 1987, Camboja, 2.035.000 mortos entre 1975 e 1979, Turquia, 1.883.000 mortos entre 1909 e 1918, Vietnam, 1.670.000 mortos entre 1945 e 1987, Polônia, 1.585.000 mortos entre 1945 e 1948, Paquistão, 1.503.000 mortos entre 1958 e 1987, Iugoslávia sob o Marechal Tito, 1.072.000 mortos entre 1944 e 1987, Coréia do Norte, 1.663.000 mortos entre 1948 e 1987, México, 1.417.000 mortos entre 1900 e 1920.
Muitas eram as preocupações para se instaurar preventivamente um regime militar e contra-revolucionário, pois os comunistas já haviam demonstrado serem inimigos perigosos e almejavam o poder a qualquer custo. Para Correia Neto (2010) é em 1935 que podemos entender melhor o início das ações mais inescrupulosas do comunismo internacional em solo brasileiro.
Ademais, no inicio dos anos 60 já era possível perceber o avanço comunista no Brasil. Entre Janio Quadros (1961) e Jango (1961-1964) o Brasil sofria um risco muito grande. Em 1961 Luis Carlos Prestes é enviado ao XXII congresso comunista e receberia além de instruções teóricas, instruções de guerrilha armada (USTRA, 2007). Em meados de 1961, 25 núcleos das ligas camponesas mobilizavam as massas do campo e se preparavam para uma revolução armada.
O perigo comunista já havia mostrado suas garras no passado e certamente tentaria novamente. Jango estava claramente ligado aos movimentos estudantis (UNE), bem como os partidos comunistas, ligas camponesas e operarias (PRIORE e VENANCIO, 2010). Jango desesperado se alia com Leonel Brizola e notadamente se afunda em um naufrágio anunciado.
Conforme Carvalho (2002):
Nas décadas de 60 e 70, o governo de Cuba envolveu-se em sucessivos esforços de intervenção militar no Brasil, treinando guerrilheiros, fornecendo armas, dinheiro e apoio logístico, primeiro para as Ligas Camponesas, depois para as várias organizações terroristas que se formaram a partir de 1964. Isto é um ponto definitivamente comprovado da nossa História. Confirma-o o depoimento dos próprios guerrilheiros, registrado em livros de autores simpáticos ao esquerdismo, como Luís Mir e Denise Rollemberg (CARVALHO, 2002).
A guerrilha comunista se preparava para o golpe comunista ditatorial mesmo em pleno momento democrático. Fato este que na própria interpretação do filosofo Olavo de Carvalho descarta qualquer possibilidade de anunciar a guerrilha comunista como um terrorismo necessário.
Em 1962 membros das ligas camponesas foram presos por praticarem a guerrilha armada (nesse período, Jango era o presidente), 1963 os sargentos se agitavam nitidamente a favor de uma revolução comunista (USTRA, 2007). Dada esta situação praticamente incontrolável era preciso tomar atitudes enérgicas, pois, do contrário nos transformaríamos em um campo de extermínio como cuba (17 mil morto no paredón), china ou Rússia conforme os números já apresentados acima.
Em busca de uma reforma agrária, em oposição à industrialização e predomínio do estado no curso do desenvolvimento econômico brasileiro, nos anos de 1955 já era possível observar o desenvolvimento das ligas camponesas. Francisco Julião foi o idealizador da época. Dessa forma: “Seu lema era levar “justiça ao campo” através da reforma agrária, “na lei ou na marra”, o que implicava em invasões de propriedades rurais, criando um clima de terror em parte da elite brasileira” (PRIORE e VENANCIO, 2010, p.273).
Conforme Ustra (2007), Luis Carlos Prestes se preparava para instaurar um regime aos moldes de cuba mobilizava as massas camponesas. Os movimentos grevistas paralisavam o desenvolvimento do país com evidente apoio aos comunistas, os movimentos estudantis se posicionavam também em direção ao comunismo revolucionário, as invasões de propriedade privada eram a cada dia mais freqüentes e em marco de 1964 Marighella se manifesta dizendo que o partido precisa assumir o poder.
Brizola se declara defendendo um congresso de camponeses, operários, sargentos e oficiais militares (PRIORE e VENANCIO, 2010). Em oposição à desordem, a Marcha da Família organizada pala Igreja Católica e associações empresariais se mostram contrárias ao avanço comunista. De 1967 a 1970 são computados mais de 300 assaltos a banco, cujo montante estima-se em mais de 2 milhões de dólares. Dessa forma só uma coisa a fazer, louvar os militares os verdadeiros heróis de nosso Brasil.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, O. O tamanho do crime. Diário do Comércio, 19 de fevereiro de 2009. http://www.olavodecarvalho.org/semana/090219dc.html
CARVALHO, O. Efeitos do medo. Jornal da Tarde, 28 de fevereiro de 2002. http://www.olavodecarvalho.org/semana/02282002jt.htm
CORREIA NETO, J. M. O clube militar e a revolução democrática de 1964. Revista do Clube Militar, 2010.
COURTOIS, S et ai. O livro negro do comunismo: crimes, terror e repressão. Tradução: Caio Meira. - Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. 924p.
PAIM. A. Momentos decisivos da História do Brasil. São Paulo, Martins Fontes, 2000a, 319 p.
PRIORE, M, VENANCIO, R. Uma breve história do Brasil. São Paulo: Editora Palneta do Brasil, 2010.
USTRA, C. A. B. A verdade sufocada: a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça. 6ª edição. Brasília: Editora, 2007.
Fonte:
wwwalessandrogarcia.org