Quem Vai Sentar O Estado No Banco Dos Réus? (Educação Para A 4ª Feira De Cinzas)
Sim, esta é uma boa pergunta. Porque é o Estado que está a roubar as verbas da sociedade que não retornam a ela na forma de serviços. Os impostos pagos pelos eleitores vão para os bolsos dos polí-ticos e de seus protegidos. Os contribuintes ficam a ver navios naufragados nas manchetes dos jornais e nos jornais nacionais TVvisivos.
Em troca da confiança e do voto dos eleitores, os políticos lhes dão uma educação de quinta grandeza, uma saúde popular minada pelo medo da violência rural e urbana. Uma educação e uma saúde minadas pelas drogas compradas nas ruas, praças, avenidas, feiras e bares das cidades. Drogas ilegais e farmacológicas. Com o aval das autoridades parlamentares e policiais.
Quem vai sentar o Estado no banco dos réus nos tribunais de 1ª e 2ª instâncias? A estrutura institucional do judiciário está aí, paga pelos impostos públicos dos eleitores para fazer a alegria de magistrados nas instâncias da mala-preta. Justiça que protege os criminosos e se pauta por leis que de há muito a sociedade pede que sejam reformuladas desde que fazem justiça apenas à própria obsoles-cência.
A sociedade clama inutilmente, de há muito, por novas leis. E o Judiciário tira seus fundilhos das almofadas senhoriais de seus tronos da reta e da responsabilidade por essas novas leis que nunca vêm, alegando que essa é atribuição do Legislativo. A pressão e o clamor da sociedade de nada valem. Nem para os doutos membros de um e/ou do outro poderes.
E ambos os poderes ficam jogando pingue-pongue com a vontade de mudanças, fazendo de conta que o clamor, o rogo a súplica social inexiste. Ficam jogando de um membro para outro membro a responsabilidade de legislar e julgar segundo padrões que satisfaçam minimamente às necessidades sociais de um novo código penal e civil, que responda minimamente por penalidades mais de acordo com as barbaridades de crimes que ficam simplesmente impunes.
Os atuais códigos jurídicos são um incentivo a todo tipo de criminalidade. A bandidagem, quando condenada, logo estará nas ruas. Quer por falta de lugar nas delegacias e cadeias superlotadas, quer pela inocuidade de condenações máximas que se reduzem a, no máximo cinco ou seis anos de prisão.
Por que as excelências jurídicas e legislativas não se movem no sentido de ouvir as vozes provenientes da sociedade? Talvez porque novas leis com penalidades mais adequadas que coíbam os criminosos de modo geral, venham a coibir também a criminalidade impune dos criminosos do colarinho branco, protegidos por seus amigos do peito nos legislativos municipais, estaduais e federais.
Quem vai conduzir ao banco dos réus os parlamentares das câmaras baixas das vereanças municipais e deputados estaduais a serviço da corrupção nos governos para os quais servem servilmente? Ao invés de servirem às leis e a seus eleitores.
Quem vai se responsabilizar pela baixa qualidade da programação de emissoras de TVvisão. Os programas das TVs, seus apresentadores, são quem realmente educam o Polvo eleitor. Nas escolas de ensino fundamental e médio, assim como nas academias, os alunos e dissentes costumam aprender a passar de ano para satisfazer as estatísticas de prefeitos, governadores e outros interessados pela educação do faz-de-conta: faz-de-conta que eu ensino, faz-de-conta que você aprende.
Esses serviços básicos à sociedade deveriam ser, no mínimo, excelentes. O leão do imposto de renda arrecada cada vez maiores quantidades de dinheiro. Quanto mais dinheiro, mais festas e come-morações entre os distribuidores do erário público nas câmaras parlamentares dos atos secretos, artimanhas, assaltos e cambalachos que se tornaram comuns no processamento diário dos ativos financeiros públicos manipulados pela intenção socialmente deletéria dos políticos parlamentares.
Quem vai acusá-los e conduzi-los para detrás das grades? Se eles se garantem nas leis promulgadas para satisfazer as necessidades do roubo e da impunidade? E as necessidades da população de eleitores que certamente não os elegeram para que tramem seus mandatos contra o interesse deles? Interesses de educação, saúde, transporte, habitação e segurança.
A sociedade está entregue às baratas da burocracia parlamentar e jurídica kafkianas. Baratas bem remuneradas. Baratas pagas regiamente com o dinheiro dos impostos saído dos bolsos mais que necessitados dos eleitores.
Que promotor vai apontar o dedo indicador nas fuças dos políticos da “Praça é Nossa” dos Três Poderes? Se os poderes dessa Praça estão a serviço da oligarquia de José Romão Sarney. Se os poderes dessa Praça são seu “O Cortiço”. Os poderes que deveriam servir ao Polvo brasileiro e suas necessidades e carências nas áreas da educação, saúde, habitação, transporte e segurança. Estão a serviço, não da sociedade, mas de uma oligarquia.
Esse é o tipo de poder político e jurídico que mostra aos países americanos, asiáticos, europeus, africanos e também aos esquimós da Oceania, que todos os grupos fascistas oligárquicos, em todos os lugares do mundo, estão à vontade para prepararem suas populações de eleitores escravos para o que denominam de New World (Dis)Order.
Ora, se seus eleitores sem educação, saúde, transportes, habitação e segurança aceitam cada dia mais tranquilamente, cantando e pulando nas ruas e avenidas das cidades de todo o país, em comemoração à sua miséria de sobrevivência e à condizente e infame situação social presente e futura de seus descendentes, por que esses parlamentares vão se mobilizar para mudar uma situação política que é superlativamente favorável a seus desmandos? As vítimas estão satisfeitas e cantando, e pulando e comemorando o carnaval. Mesmo que, a partir de 4ª feira haja apenas cinzas a comemorar.
A Nova (Des)Ordem Mundial prepara-se para fazer valer uma repressão policial atroz, como nunca jamais alguém viu ou verá posteriormente, quando, enfim, essas populações de vitimados pela política de concentração de renda e poder, resolverem despertar de seu torpor carnavalesco, para a realidade de uma situação social completamente subjugada, insolvente, sem força moral para defender seus direitos de uma cidadania à qual nunca souberam, até então, que tinham de reivindicar. Porque a qualidade de vida futura de seus filhos, de sua descendência jamais seria concedida a ela, sociedade, de mão beijada. Por seus supostos representantes políticos.
Quem vai emitir, hoje, agora (rsrsrsrsrs) as sentenças de prisão para esses membros do Legislativo que podem tudo, menos ouvir o clamor da sociedade por qualidade de educação, saúde, segurança. E essa sociedade de eleitores traídos, lesados, se contenta com uma cultura da política do pula-pula logo-logo que a quarta-feira vem aí. A quarta-feira e o resto do ano de cinzas.
E as pobres mães das baterias das escolas de samba, as pobres mães da cultura dos enredos policiais das favelas, dando força à política e seus mentores turísticos e à cultura de uma alegria criada para melhor mantê-los sob o jugo sádico de uma “elite” para Nero nenhum botar defeito.
Quem vai proteger a sociedade de uma virulência policial de dominação que vai abafar rapidamente qualquer possibilidade de reação quando as mães de santo das favelas acordarem para a realidade de que seus descendentes têm direitos de cidadania? Direito à educação, à saúde (mental, emocional, intelectual), segurança e a outros serviços sociais que lhes são negados sadicamente.
Será que não veem as ruas, avenidas e praças tomadas por uma catarse que em breve não será mais suficiente? Os bilhões de miseráveis estarão na sala do sofá a contemplar a riqueza das madames e sinhazinhas, e a imitá-las no uso dos cosméticos das modelos mais comezinhas. Mas quando suas filhas e filhos quiserem consumir os bens e produtos em oferta TVvisiva e internética, terão que se prostituir para ganhar as migalhas com que estarão a comprar as imitações das mercadorias e bugigangas em oferta nas passarelas do desemprego.
Mas aí então será tarde para solicitar via e-mail ou telefonema direto ao gabinete parlamentar, uma providência que tire sua descendência da gaiola das loucas do consumo de quinquilharias imitativas das roupas, bolsas e jóias de grife. E o mercado da prostituição e do tráfico de entorpecentes não terá lugar para mais outro vendedor ambulante de crack e outras novas drogas em oferta nos bares e vielas pra lamentares.
Milhões de indigentes, sentindo-se traídos, hão de sair às ruas em manifestações públicas de protesto: serão recebidos com uma virulência policial que os fará, rapidamente, compreender que ficaram demasiado tempo aceitando o jogo de cartas marcadas do discurso de seus supostos representantes nas câmaras alta e baixa dos governos.
Enfim, compreenderão que ficaram demasiado tempo aceitando a Ditadura da Corrupção como se fosse um regime democrático que deveriam acatar porque futuramente lhes prometiam que “a vida vai melhorar”. “A vida vai melhorar”. E não haverá samba que poderá lhes valer. E toda esperança será diluída toda vez que quiserem protestar contra a dominação definitiva de seus corpos. E suas mentes, tudo que hão de querer, será uma dose de “soma”.
E seus descendentes ainda hão de agradecer a droga gratuita que lhes fará adormecer em sonhos e esperanças no sofá frente à TV. A droga interativa com as imagens da propaganda encantada de produtos que seus descendentes jamais terão a oportunidade de consumir. Exceto na interatividade de uma empatia provocada pela identidade provisória entre personagens do sofá e personagens da telinha em 4ª dimensão.
Hoje, quem vai conduzir para detrás das grades as excelências responsáveis por essa futura (não tão distante) e inominável “socialização”? Será o tipo da solidariedade social prometida nos dias de hoje pela política de produção e consumo de mercadorias promovida pela política de seu parlamentar da “Praça é Nossa” dos Três Poderes do Grande Irmão. Tipo aquele que te iludiu e comprou barato o futuro de seus filhos com os trinta dinheiros do Bolsa-Bufa.
Enquanto HOJE, AGORA, os juízes do Supremo vão continuar a fazer valer as leis segundo a motivação jurídica dos códigos que de há muito servem apenas para justificar sentenças de uma justiça sucateada pelas interpretações políticas de um “saber jurídico” atual patético e pândego.
E a sociedade a qual pertences, meu amigo carnavalesco, não vai exigir HOJE, AGORA, que as excelências que deveriam prestar serviços a você, sua família, votem em favor da punição das outras excelências responsáveis pela Ditadura da Corrupção promovida pelos amigos e asseclas do ex-presidente Analfabeto. Aquele, que nada sabe da quadrilha de apoio do Mensalão.
E essa sociedade que, amanhã, terá sua descendência devastada pelas formas mais cruéis de domínio e repressão, é a mesma que, hoje, mantém seus altos índices de aprovação. Popular.
Alguma coisa acontece com seu coração. Quando pensar que amanhã será tarde para fazer valer uma política de salvação. Uma política que não seja de peixinhos miúdos sendo jogados aos milhões, do Oiapoque ao Chuí, da avenida Ipiranga à avenida São João, na boca insaciável dos representantes políticos do tu Barão.