DAS GREVES NOSSAS DE CADA DIA

Ultimamente nosso país tem enfrentado uma realidade assustadora: a greve em setores considerados essencialmente de utilidade pública, mais recentemente até das organizações armadas, como o é a polícia militar, uma das sérias instituições responsáveis pela manutenção da ordem nacional e da segurança do nosso todo civil.

Recentemente o Brasil assistiu à difícil situação na qual se reduziram os proventos dos bombeiros do Rio de janeiro, algo triste de se ver, e atualmente Salvador e o Estado da Bahia, também uns dos mais belos cartões postais do turísmo brasileiro, enfrentam um problema de caos na segurança civil em virtude da paralização dos serviços da polícia Militar que reivindica por melhores remunerações ao seu ofício.

Covenhamos, a situação é um tanto inusitada e delicada, demanda por experiência gerencial e vontade política, posto que um precedente de segurança gravíssimo se abre pelo país afora.

O que será de nós cidadãos brasileiros, sem um ostensivo políciamento seja ele civil ou militar? Quem haverá de nos garantir esse direito?

Se por um lado a Constiutição Federal proibe a greve militar tanto quanto nos serviços essenciais, também há de se entender que os impostos arrecadados pela população civil deveriam disponibilizar as verbas necessárias no sentido primordial de GARANTIR SALÁRIOS DIGNOS AOS POLICIAIS.

Um governo vigilante não deveria permitir que a situação chegasse aonde chegou.

Não é de hoje que as categorias de funcionários que servem ao público, inclusive em serviços essenciais, como são a segurança a saúde e a educação, ficam reféns da falta total, a configurar um descaso legítimo, de sensibilidade na prática de políticas salariais justas a que todos os trabalhadores fazem jus, sejam trabalhadores do público ou da iniciativa privada..

De certa forma, sem o direito de greve, perdem um instrumento de luta para se fazerem ouvir. E quem os ouvirá?

O fato é que a casa caiu! E dá medo.

A crise financeira de fora aos poucos dá nítidos sinais de chegada entre nós, o que se percebe nos mínimos detalhes da vida cotidiana de cada cidadão,e obviamente que os salários esquecidos são carcomidos aos poucos pela inflação nitidamente maquiada.

Gerenciar os Estados e o país é também olhar para dentro deles.

De nada adianta comemorarmos nosso memorável ranking social, o "reconhecimento internacional" dum mega país em desenvolvimento se nossos cidadãos morrem nas ruas por falta do essencial.

Ainda que nossos índices sociais sejam otimistas nosso caos social real é dramático. Não há como fugir desta realidade cruenta aos nossos olhos.

Quem viver ainda sentirá, não pela divulgação dos tantos índices, mas na pele desnuda à insensibilidade política dos atuais e próximos tempos.